O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse nesta quarta-feira (27), na abertura de uma reunião da diretoria da agência, que nenhuma vacina contra a Covid aumenta a “propensão de ter outras doenças”.
Barra Torres deu a declaração dias após o presidente Jair Bolsonaro, em uma live, ter disseminado a fake news de que tomar a vacina aumenta o risco de uma pessoa se infectar com o vírus da Aids. Ao refutar essa frase, o presidente da Anvisa não citou diretamente o nome de Bolsonaro.
“Nenhuma das vacinas está relacionada à geração de outras doenças. Nenhuma delas está relacionada ao aumento da propensão de ter outras doenças, doenças infectocontagiosas por exemplo. Vamos manter a tradição do nosso povo brasileiro de buscar e aderir ao PNI [Prrograma Nacional de Imunizações]”, afirmou Barra Torres.
Ele também ressaltou que a queda nos números de novos casos de Covid no Brasil e mortes em decorrência da doença estão caindo graças à vacinação.
O triste número de brasileiros que são acometidos ou morrem pela doença diariamente está caindo. Temos observado e tem sido amplamente noticiado que todos esses índices positivos são fatos. Não são questionáveis, são realidades. E qual o motivo desses índices estarem se apresentando mais favoráveis neste momento? Vacina. É a resposta. Vacina é a causa desses índices estarem em declínio. PNI. Programa robusto, tão grande quanto o Brasil”, completou Barra Torres.
A fake news em que Bolsonaro associa a vacina ao risco de pegar Aids também foi alvo do relatório final da CPI da Covid. A comissão solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) inclua a declaração no inquérito das fake news, no qual Bolsonaro já é investigado. Pediu também que o presidente seja banido das redes socias.
Declaração de Bolsonaro
A live de Bolsonaro foi retirada do ar por Facebook, YouTube e Instagram.
Nela, o presidente mencionou uma notícia falsa que diz que relatórios oficiais do Reino Unido teriam sugerido que as pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) “muito mais rápido do que o previsto”.