Em Roma, na saída do encontro do G20, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou à imprensa sobre seu discurso e prometeu não furar o teto de gastos.
As falas foram obtidas por Leandro Magalhães, enviado da CNN à Roma.
A declaração vai ao encontro do pronunciamento de Bolsonaro no último dia 22, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, após quatro secretários do Ministério da Economia terem pedido demissão. Naquele momento, a comissão especial da Câmara dos Deputados, havia aprovado relatório da PEC dos Precatórios para solucionar a dívida da União em sentenças judiciais, abrindo espaço no teto de gastos para o financiamento do Auxílio Brasil. Agora, ela deve ser votada no Congresso.
“Há pouco a grande mídia publica um caminhão de ossos e o povo pegando lá restos de comida basicamente. A gente lamenta. Agora, quando a gente fala em dobrar o ticket médio do Bolsa Família, passar de R$ 192 para R$400, a mesma mídia me critica de querer furar o teto”, declarou.
“Ano passado foram R$ 700 bilhões além do teto. Agora, com a questão dos precatórios nós não furaremos o teto. [Há] muita responsabilidade da equipe econômica conosco”, disse Bolsonaro ao defender o Auxílio Brasil de R$ 400.
Questionado sobre um plano B caso a PEC não seja aprovada, Bolsonaro afirmou: “Eu sou paraquedista, sempre tenho um paraquedas reserva comigo. Mas sempre com muita responsabilidade”, sem revelar qual seria a alternativa.
Bolsonaro disse ainda, comentando sobre os discursos do G20, que outros chefes de Estado “o plagiaram” ao afirmar que teremos que conviver com o vírus por muito tempo.
“Cada chefe de Estado fala uma coisa. E daí a conclusão é de quem estiver lendo… Eu não vou fazer juízo de valor do que está acontecendo lá. Porque qualquer juízo de valor da minha parta dá uma distorção enorme e críticas para cima da gente”, disse antes de tentar desviar o assunto para futebol questionando: “E aí? Galo ou urubu?”