Sem entender. É assim que Vera Lúcia, de 52 anos, viúva do comerciante João Batista, de 53, está se sentido em relação à morte do marido.
João, mais conhecido como João do Lanche, foi assassinado na noite da quarta-feira (3), em Cordovil, na Zona Norte do Rio, dentro do seu estabelecimento, Galpão dos Lanches. Segundo testemunhas, ele teria negado lanche de graça a bandidos do Morro do Quitungo, na mesmo região, que teriam atirado em represália. A Polícia Civil investiga a hipótese.
“Eu não sei bem o que aconteceu. Estou exausta, sem entender nada até agora. Só sei que atiraram nele e pegaram a chave do carro”, disse ao g1.
Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital recolheram imagens das câmeras de segurança do local e ouvem outras testemunhas. A DH também investiga a versão de que ele teria negado lanche de graça a traficantes.
O corpo do comerciante foi enterrado nesta quinta-feira (4), no Cemitério do Caju, também na Zona Norte.
‘Trabalhava há 20 anos com isso’
Vera Lúcia conta que o marido sempre trabalhou com a venda de lanches e era muito querido na região.
“Ele trabalhava há 20 anos com isso. Tinha um comércio no Campo Dourado (outra localidade de Cordovil), vendeu e comprou o galpão. Era uma pessoa muito boa, se visse uma criança descalça na rua, comprava um calçado e dava. Trabalhador, de casa para o trabalho, do trabalho para a casa”, disse ela.
Ainda segundo Vera Lúcia, além de oito funcionários que o Galpão dos Lanches tinha, o local estava cheio na hora do crime.
“Foi por volta de 1h da manhã. Estava cheio, todo mundo lanchando, mas só atiraram nele. Ele era um homem maravilhoso. Cordovil está chocado com o que aconteceu”, disse.
Além da viúva Vera Lúcia, João Batista deixa uma filha, Sângela, de 25 anos.
Delegacia de Homicídios investiga o crime
Policiais do 16º BPM, em Olaria, e do serviço do Samu foram acionados, mas já encontraram o comerciante morto.
A área foi isolada e a perícia da Polícia Civil acionada. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que faz buscas para identificar os criminosos.
Nas redes sociais, amigos e parentes lamentaram a morte e se indignaram com a violência.
“Sinceramente, não tem explicação. Um cara trabalhador e ter esse triste fim. É revoltante. Meus sentimentos a todos os familiares”, postou um amigo no perfil de João no Facebook.
A irmã do comerciante, Mara Nunes, também postou e fez homenagem ao comerciante.
“Meu irmão querido, cheio de defeito, mas tão amado. Vc se foi e só nos deixou saudade e lembranças”, escreveu.