Hospitais afastam médico suspeito de deformar narizes

Fotos antes e depois de Paula Oliveira, uma das pacientes que relatam impactam impactos negativos, mesmo um ano após a rinoplastia — Foto: Arquivo Pessoal

O Hospital Albert Einstein informou nesta quinta-feira (4) que abriu uma investigação administrativa para esclarecer as denúncias feitas por diversos pacientes contra um renomado cirurgião plástico suspeito de deformar narizes. Os hospitais Sírio-Libanês e São Luiz também instalaram sindicâncias e afastaram o médico.

Dezenas de pessoas atendidas pelo especialista em rinoplastia Alan Landecker foram acometidos por infecções bacterianas após os procedimentos cirúrgicos, que resultaram em deformações, perda de olfato e perfuração devido ao apodrecimento da pele.

O médico repudia as acusações e atribui o problema ao descumprimento das orientações para o pós-operatório.

A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já iniciaram investigações para apurar as denúncias. Os hospitais em que ele atuava também decidiram abrir sindicâncias, uma vez que os procedimentos ocorreram em suas instalações.

O Hospital Israelita Albert Einstein disse ao g1 que a atuação do médico e os fatos relatados pelos pacientes estão sob avaliação do Comitê Médico Executivo da instituição em um processo administrativo.

O Hospital Sírio-Libanês disse que avaliou todos os casos dos pacientes internados por Landecker e que não identificou falhas nos processos assistenciais realizados dentro da instituição.

O Sírio reforçou seu compromisso com os mais altos padrões de controle de infecção hospitalar e informou que também abriu uma sindicância ética e administrativa, durante a qual, as atividades do médico estão temporariamente suspensas nas unidades da instituição.

Em nota, a Rede D’Or também disse que o cirurgião foi suspenso pelo Hospital São Luiz e pelo Vila Nova Star.

Sem alta médica’

 

Os pacientes de Landecker que tiveram complicações em decorrência de infecções se uniram em um grupo no Whatsapp com cerca de 30 pessoas chamado “Pacientes do Alan”.

Eles disseram à reportagem que não tiveram alta mesmo dois anos após o procedimento estético, já que seguem em tratamento, sem acesso a um prontuário que oriente os próximos passos e sem entender exatamente como um procedimento para trazer benefícios emocionais trouxe tantos danos.

Uma das integrantes do grupo é a advogada Marília Frank, que registrou boletim de ocorrência após o procedimento e continua com pendências sobre o caso.

“Fiz a cirurgia em maio deste ano e, quando ele tirou o último curativo, viu que a cartilagem estava podre. Meu nariz estava estragado, eu estava toda torta e ele me mandando pra casa tomar analgésico”, disse ela ao g1.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário