Uma empregada doméstica decidiu publicar em um grupo de moradores de Peruíbe, no litoral de São Paulo, que procurava pela sua irmã mais velha que não via há 26 anos e foi surpreendida com a rapidez que uma corrente do bem se formou para ajudá-la. Em menos de cinco horas, ela conseguiu localizar a familiar, que vive em Curitiba (PR).
“Por favor, venho por meio desse grupo pedir ajuda pra encontrar minha irmã”, escreveu Rosângela Conceição na publicação da última sexta-feira (5), feita durante a madrugada. O texto, contando resumidamente a vida das duas, contava também com uma foto antiga da irmã segurando um bebê.
Após a publicação, a doméstica decidiu dormir. O que Rosângela não esperava era que, em menos de cinco horas, ela acordaria com uma ligação da irmã. “Foi tudo muito rápido. Ela disse que se sentiu uma celebridade, com um monte de gente chamando ela”, contou ao g1 por telefone.
“Senti falta de ter uma irmã mais velha. Sempre pedi a Deus para não morrer sem conhecer minha irmã”, diz Rosângela.
Enquanto dormia, uma corrente do bem se formou e, nos comentários, os moradores membros do grupo tentavam localizar a irmã dela, Mônica Conceição, que trabalha como camareira em um hotel de Curitiba. A própria mulher não tinha muitas informações recentes da familiar, mas sabia que ela havia vivido por um período em Peruíbe e, por conta disso, escolheu o grupo para a publicação.
As duas se separaram ainda na infância, quando a mãe delas faleceu. Rosângela se mudou com o pai para a Bahia, enquanto Mônica foi criada pelos avôs maternos em Peruíbe e, quando já estava adulta, se mudou para Curitiba.
De famílias simples, o único contato que as duas tiveram nesses 26 anos foi uma carta enviada por Mônica, com uma foto dela segurando a filha bebê. “Não consegui localizar o endereço novo dela para responder, perdemos o contato de novo. Procurei ela por anos”, contou Rosângela.
A decisão de publicar nas redes sociais sobre a irmã surgiu de repente. “Me deu um estalo e publiquei, mas depois fui dormir”, disse. A publicação viralizou e, em poucas horas, alcançou pessoas que já tinham cruzado o caminho de Mônica, que a contataram e mostraram a publicação. Assim que recebeu o telefone, a mulher que estava sendo procurada ligou para a irmã e as duas se falaram pela primeira vez em décadas.
Videochamada
Agora, três dias depois do primeiro telefonema, as duas tentam combinar um horário para uma videochamada e se verem pela primeira vez – mesmo que através de telas. “Eu e ela trabalhamos em horários alternados”, conta Rosângela. “Está um pouco difícil, mas vamos marcar”.
Elas têm se feito perguntas, principalmente. “Perguntamos tudo uma da outra, para recuperar o tempo perdido. Pergunto sobre minhas sobrinhas, sobre a vida dela e ela sobre mim”, diz. Segundo a doméstica, os planos são para, em breve, as duas se conhecerem pessoalmente. “Sempre foi meu sonho conhecer Curitiba, agora quero ir mais do que nunca”, finalizou.