Hamilton é desclassificado da corrida classificatória para o GP de São Paulo

Mercedes

A longa sexta-feira de Fórmula 1 só acabou mesmo na tarde deste sábado (13), com a divulgação da desclassificação de Lewis Hamilton da sessão classificatória do GP de São Paulo. Tudo por conta da grande polêmica que eclodiu depois da tomada de tempos para definir o grid da corrida sprint em Interlagos. Horas antes, o heptacampeão conquistou o direito de largar na frente da chamada corrida de classificação depois de marcar 1min07s934, 0s438 mais rápido que Max Verstappen. Só que o delegado técnico da FIA, Jo Bauer, reportou irregularidades na asa móvel da Mercedes do britânico.

Para piorar ainda mais o grau da polêmica, o vídeo gravado por Frederico Monteiro, seguidor do GRANDE PRÊMIO, mostrou Max Verstappen tocando na asa traseira do W12 da Mercedes, o que é irregular porque a ocorrência foi realizada no regime de parque fechado, onde apenas determinados profissionais da FIA estão autorizados a manusear os veículos.

A indefinição varou a noite e se arrastou por toda a manhã de sábado, até que houve enfim o veredito: Hamilton foi desclassificado e vai largar em último nesta tarde, às 16h (de Brasília, GMT-3), na corrida sprint da F1 em Interlagos. Verstappen, que também foi chamado à torre dos comissários para prestar esclarecimentos, escapou com apenas uma multa, de R$ 312 mil.

Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, houve um protesto por parte de Adrian Newey, engenheiro aerodinamicista da Red Bull, cerca de uma hora antes da classificação. Após a sessão, Frederico Monteiro, direto da arquibancada em Interlagos instalada na reta dos boxes, filmou Verstappen checando justamente a asa traseira do Mercedes W12. Minutos depois, durante inspeção técnica, a FIA notou a irregularidade, não relacionada ao protesto da Red Bull, e colocou apenas o carro de Hamilton sob investigação.

No documento que confirmou a investigação, Jo Bauer informou que o carro de Hamilton estava acima do limite máximo de abertura da asa, cenário que reduz o arrasto aerodinâmico e, consequentemente, aumenta a velocidade final em reta quando o DRS é acionado.

“A posição dos elementos ajustáveis da asa traseira superior foi checada no carro #44 para notar se estava de acordo com o Artigo 3.6.3 das Regras Técnicas da Fórmula 1 2021. As exigências para a distância mínima [entre as partes da asa] foram alcançadas, mas as exigências para o máximo de 85 mm [de separação] quando o sistema de asa móvel é utilizado e foi testado de acordo com o TD/011-19 não foi alcançado. Estou enviando a questão aos comissários para a consideração”, afirmou Bauer.

No fim das contas, como se trata de uma questão técnica, não esportiva, Hamilton foi desclassificado porque não há um meio termo sobre tal infração, da mesma forma que não há também um meio termo sobre qual punição tem de ser aplicada.

A decisão
Em comunicado emitido nesta tarde, a FIA reporta que “o delegado-técnico denunciou que o carro #44 [de Hamilton] falhou em passar pelos testes exigidos de acordo com o último parágrafo do Artigo 3.6.3 do Regulamento Técnico da Fórmula 1 FIA. A checagem é descrita na Diretiva-Técnica 011-19. Em termos claros, há um espaço entre as partes de cima e de baixo da asa traseira. Quando o DRS não é ativado, este espaço deve estar entre 10 e 15 mm. O carro passou nesta parte do teste”.

“Quando o DRS é ativado, o que levanta a parte de cima da asa para um ângulo mais reto, o espaço entre as duas partes deve ser entre 10 e 85 mm. O maior espaço maior é medido de acordo com a DT 011-19: empurrando um medidor de 85 mm contra o espaço com uma carga máxima de 10 N. Se o medidor passar, então o carro falhou no teste. neste caso, o medidor não passou na parte de dentro, mas passou na parte de fora da asa. Este teste foi repetido quatro vezes com dois medidores diferentes e sendo feito uma vez na presença dos comissários e representantes do competidor”, seguiu.

“Os comissários realizaram uma audiência após a classificação com Ron Meadows, Simon Cole, que é representante do competidor, o delegado-técnico da FIA, Jo Bauer, e Nicholas Tombazis, diretor-técnico de monopostos. Os comissários adiaram a audiência para que recolhessem mais evidências até 10h30 (de Brasília) do sábado e realizaram nova audiência que também tinha John Owen, projetista-chefe para o competidor, que testemunhou por videoconferência, mas desta vez sem Joe Bauer”, informou.

A entidade explicou e detalhou a rigidez nos testes. Quatro deles foram feitos, com duas calibragens diferentes, para comprovar a irregularidade. A FIA explicou que houve uma falha de mecanismo da asa móvel e informou que o ato de Verstappen ao tocar e mexer na peça não a modificou e tampouco a danificou.

Com a punição confirmada a Hamilton, o grid da corrida sprint em São Paulo está todo modificado. Verstappen, que largaria em segundo, agora é quem vai abrir a primeira fila e terá Valtteri Bottas, da Mercedes, ao seu lado. Sergio Pérez, também da Red Bull, vai largar em terceiro, lado a lado com Pierre Gasly, da AlphaTauri, enquanto Carlos Sainz parte em quinto.

Para Hamilton, trata-se de outro duro revés, justamente no momento em que conseguiu mostrar grande performance na sexta-feira de treino livre 1 e de classificação em Interlagos. O britânico ainda teve confirmada outra punição, perda de cinco posições no grid, com validade para a corrida principal do fim de semana, no domingo.

Ou seja, ainda que faça uma grande corrida sprint de recuperação no sábado, Hamilton vai largar cinco posições atrás em relação à sua posição obtida para o domingo. E Verstappen desponta novamente como franco favorito em Interlagos, sobretudo porque há a previsão de melhora na temperatura ambiente depois do frio que foi registrado nesta sexta-feira e também deve se repetir no sábado. A Red Bull tem um carro que se adapta melhor a temperaturas mais altas do que a Mercedes.

Com 19 pontos de vantagem para Hamilton no campeonato, Verstappen tem chances de dar outro gigantesco passo rumo ao seu primeiro título mundial neste fim de semana que marca o regresso da Fórmula 1 ao Brasil.

 

Fonte: Grande Prêmio

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