A Polícia Civil de Alagoas concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda (22) para anunciar a autoria do assassinato do menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de 10 anos, morto por espancamento e asfixia e cujo corpo foi encontrado no bairro do Clima Bom, em maio deste ano.
A investigação sobre a morte do menor levou a instauração de outros dois inquéritos paralelos, que resultaram na prisão de duas pessoas acusadas de molestar crianças na parte alta da capital. Foram presos o padrasto de Rhaniel, Vitor Oliveira, acusado de molestar uma menina de 12 anos, prima do menor, e o borracheiro Ademar Anselmo, também acusado de aliciar menores na região da parte alta da capital.
Morte do Rhaniel
O corpo de Rhaniel foi encontrado em uma região frequentada por usuários de drogas e prostituição, após, supostamente sair de casa para ir à aula de reforço, no bairro do Clima Bom. O menino desapareceu na manhã do dia 12 e seu corpo foi encontrado no dia 13. A polícia, no entanto, não conseguiu localizar imagens do menor no dia do crime, ao contrário do que alegou a mãe para a imprensa e para a própria polícia.
Outro ponto destacado pelos delegados, foi o histórico policial do padrasto, Vitor Oliveira, e do seu irmão, Vagner Oliveira, ambos usuários de drogas e com passagens pela prisão. A polícia afirma, ainda, que os irmãos Oliveira costumavam usar drogas na residência da família e que a criança reclamava a familiares desta prática. O menino ainda se opunha ao relacionamento entre a mãe e Vitor.
De acordo com a PC, as provas técnicas apontam que o crime ocorreu na madrugada do dia 12 de maio, quando estavam na residência a mãe do menor, Patrícia, e os irmãos Oliveira, e o corpo foi desovado no dia subsequente. A polícia também confirma que o material genético dos dois homens foi encontrado na cueca do menor, o que indica que ambos vestiu o menor. A criança ainda apresentava lacerações no ânus e teria sofrido violência sexual com um objeto não determinado.
Para a polícia judiciária, a criança vivia em um ambiente violento, sendo alvo de agressões por parte da mãe. Segundo o delegado Bruno Emílio, titular do inquérito, no celular da mãe do menor foram encontradas mais de 70 buscas sobre crimes contra menores, como homicídios e violência sexual.
Mesmo afirmando não ter confissão de nenhum dos envolvidos, a polícia afirma não ter dúvida da participação de todos os envolvidos a partir das provas técnicas obtidas e enviadas à justiça.
Mãe de mente de perigosa
Os delegados responsáveis pelas investigações destacaram a ‘mente perigosa’ da mãe da menor, que durante toda a investigação fez questão de defender o companheiro, se aproveitou da publicidade do caso para vender uma bola autografada de atletas do CSA por R$ 1.500, e ainda tentou se inscrever em um reality show.
Na última sexta (19), Patrícia e Vagner foram presos em cumprimento a mandado. Horas antes, Patrícia tinha oficializado sua união com Vitor, segundo a polícia, para garantir visitas conjugais nos sistema prisional. Patrícia ainda alegou estar grávida, mas esta informação ainda carece de confirmação.
Vitor Oliveira, 28, Vagner Oliveira, 25, e Patrícia, 37, irão responder por homicídio qualificado.
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