A família identificou que é do piloto Gustavo Carneiro, natural de Corumbá (MS), o corpo encontrado na tarde desta quinta-feira (25), próximo ao local do acidente aéreo com avião bimotor em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.
A mãe do piloto, Leila Carneiro, está no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro (IML). Ela disse ao g1 que a família optou por cremar o corpo. “Não tenho estrutura emocional para ver meu filho num caixão. Perdemos o pai dele em maio de 2020 de Covid-19. É muita dor para a família”.
O resgate foi feito por uma equipe em um helicóptero da FAB, que transportou o corpo até a Base Aérea de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde foi entregue a órgãos competentes.
No comunicado, a FAB “se solidariza com a família da vítima” e informa que “permanece engajada nas operações de buscas aéreas no local do acidente”.
Local onde o corpo foi encontrado — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Avião desapareceu na noite de quarta
O avião bimotor desapareceu por volta das 21h de quarta-feira (24). A mãe do copiloto, identificado como José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, confirmou que o filho estava na aeronave com outras duas pessoas: o piloto e um tripulante.
O voo saiu às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e pousaria no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A torre do Rio de Janeiro perdeu o contato com a aeronave às 21h40.
Em nota, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico de Curitiba informou que foi notificado sobre o desaparecimento da aeronave de prefixo PP-WRS e que às 4h15 desta quinta-feira (25), um helicóptero iniciou as buscas na área delimitada.
Bimotor com 3 a bordo cai no mar entre SP e RJ — Foto: Arte/g1
Como é o resgate
Segundo o Corpo de Bombeiros, a ação de resgate às vítimas está sendo realizada pelo Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (Salvaero). Uma equipe dos bombeiros do RJ está atuando em apoio à Aeronáutica.
Uma lancha, tripulada por quatro bombeiros, está percorrendo a divisa entre Rio e São Paulo, a aproximadamente 9 km da costa.
No início da manhã, a Força Aérea Brasileira localizou destroços com probabilidade de serem da aeronave desaparecida. A localização foi repassada aos órgãos de busca marítima e os voos continuam.
Família de copiloto acompanha buscas
Desde a manhã, a família do copiloto chegou a Paraty — onde equipes dos bombeiros e da Capitania dos Portos auxiliam nas buscas — e alugaram um barco por conta própria.
“Chegamos em Paraty por volta das cinco da manhã. Acionamos todos os órgãos para fazerem as buscas. A gente ligou pra Capitania dos Portos e só iam começar as buscas agora pela manhã. Vamos alugar um barco e seguir aonde estão as coordenadas que nos falaram”, disse a mãe do copiloto.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, a namorada do copiloto, Thalya Viana, falou sobre a dificuldade de conseguir informações.
“Estamos desde 21h tentando conseguir qualquer informação. A primeira informação que nós tivemos foi que o avião caiu, depois a informação era que caiu, mas que eles já tinham sido resgatados, depois a informação foi que não caiu, que eles fizeram um pouso forçado por perda de motor, e o pouso foi entre Ubatuba e Trindade, e que eles teriam sido resgatados. Só que eles não foram resgatados. A gente ligou para todos os hospitais próximos ao local, e ele não deu entrada — nós procuramos pelo nome, pelo CPF, tudo”, disse.
Bimotor não tinha autorização para táxi aéreo
Segundo consta na Agência Nacional de Aviação Civil, a aeronave, modelo PA-34-220T, pertencia ao copiloto José Porfírio de Brito Júnior.
O avião estava em situação normal, com autorização para realizar voos noturnos, porém, não poderia fazer táxi aéreo.
O bimotor foi fabricado em 1981. Seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) venceria em 6 de agosto de 2022.