O casal que chegou ao Brasil e foi diagnosticado com a variante ômicron recebeu a dose única da vacina da Janssen na África do Sul. Eles estão em isolamento, passam bem, apresentam sintomas leves e são monitorados pela Prefeitura de São Paulo.
“Foram vacinados na África do Sul com dose da Janssen, os dois. Também os parentes que eles estão [visitando] aqui estão em processo de isolamento. Nós vamos agora testá-los na manhã de hoje. Os parentes também já foram vacinados”, disse o secretário municipal da Saúde da capital, Edson Aparecido, em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta-feira (1°).
Ainda de acordo com o secretário, a gestão municipal está fazendo um levantamento para identificar todas as pessoas que eles tiveram contato nesse período, mesmo estando em isolamento, cumprindo quarentena.
“Nossas equipes de saúde estão agora em campo para localizar todas as pessoas que tiveram em contato com eles para fazer um monitoramento e acompanhar esse quadro. Nós temos aí evidentemente uma circulação que vem com viajantes, mas é sempre possível de que o vírus esteja em um processo de circulação por todo o país e pela capital aqui também”, disse Aparecido.
Nenhuma vacina oferece proteção de 100% contra doenças, mas todas reduzem o risco de infecção, hospitalização e morte, principalmente depois da segunda dose.
É importante lembrar que vacinas funcionam, mas não são infalíveis. Ainda assim, apesar de a probabilidade de infecção após a vacina ser pequena, quanto mais a doença estiver circulando, maior é o risco de o imunizante falhar. Por isso a necessidade de vacinar o maior número de pessoas possíveis o quanto antes.
Confirmação
O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta terça-feira (30) dois resultados positivos para a variante ômicron do coronavírus no Brasil.
O sequenciamento genético que apontou a variante nos testes de dois passageiros vindos da África do Sul foi feito pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Um terceiro caso suspeito, de um passageiro que veio da Etiópia e desembarcou em Guarulhos, ainda está sob investigação do Lutz.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, os dois casos confirmados são de um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul.
Ambos tiveram resultado positivo em exames de PCR coletados no laboratório do Einstein instalado no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 25 de novembro. Os dois apresentavam sintomas leves na ocasião.
Os dois são missionários brasileiros, que moram na África do Sul e vieram para São Paulo visitar familiares que moram na Zona Leste da capital paulista.
Eles não moram no Brasil e, por conta disso, não tinham registro no VaciVida de vacinação deles contra a Covid no estado de São Paulo.
Obrigatoriedade do uso de máscara
Aparecido também voltou a afirmar que a cidade aguarda resultado de um estudo sobre a flexibilização do uso de máscaras em ambientes externos.
Na segunda, ele já havia dito que era temerário relaxar a regra por conta da nova variante.
“O novo estudo da prefeitura sai no dia 5. Então, no dia 6, nós devemos apresentar nossas conclusões. Evidentemente que o surgimento de uma nova variante muda muito esse quadro, mesmo a cidade tento índices positivos de estabilidade na pandemia, nos seus indicadores, mas o surgimento de uma variante é algo ainda desconhecido.”
“O mês de dezembro é um mês atípico, o comercio popular na cidade de São Paulo traz pra cá pessoas de todo o país e de outros países, então, todo cuidado é pouco”, complementou.
Ômicron
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.
Nesta terça (30), autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente na Holanda no dia 19 de novembro – uma semana antes do que se acreditava e antes da OMS classificar como variante de preocupação.
A primeira imagem da variante ômicron do coronavírus revelou mais que o dobro de mutações que a da variante delta.