Caso Ciccheli: MPE quer condenação por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver

O juiz Filipe Ferreira Munguba está conduzindo o júri da ré Cléa Fernanda Máximo da Silva, na 7ª Vara Criminal de Maceió, no Fórum do Barro Duro. Ela é acusada de matar o marido, o advogado italiano Carlo Ciccheli, em 2018.

De acordo com informações do Tribunal de Justiça, seis testemunhas devem ser ouvidas até o final do dia e a previsão é que a sentença saia ainda hoje.

Para o Ministério Público, a ré cometeu homicídio duplamente qualificado e crime de ocultação de cadáver. O promotor Dênis Guimarães reafirmou que a motivação do crime teria sido financeira. “Essa versão foi inclusive reconhecida pela própria ré, ela confessou no primeiro momento. [Posteriormente], se colocou que o crime teria sido ocorrido por conta do ritual de magia, em que a vítima teria pedido para que esse crime ocorresse, em segundo momento colocou ele vinculado ao crime de tráfico de drogas. Essas versões todas que surgiram ao longo do processo são da defesa”, argumentou Guimarães.

“Não existe dúvida nenhuma que ela cometeu esse crime motivada pela ganância financeira”, prosseguiu o promotor. “Após o cometimento desse crime com brutalidade, ainda ocultou o cadáver durante 40 dias dentro da própria residência”.

A advogada de defesa, Júlia Nunes, afirma que a defesa não apresentou versões divergentes, mas sim uma série de fatores que levaram ao assassinato. Ela elenca violências que teriam sido praticadas pelo marido contra a ré. “A gente vai trazer a realidade através de provas e testemunhas que ela foi brutalmente vítima de violência durante muitos anos. Foi obrigada a fazer aborto, foi vítima de violência sexual, foi estuprada não uma ou duas vezes, mas ínumeras vezes”, disse a advogada.

Júlia Nunes sustentou ainda que Cléa sofria violência psicológica. “Existe a questão de que ele se dizia como bruxo, o que violentava bastante o psicológico dessa mulher que se sentia amedrontada a ponto dele poder saber até o que ela pensava. A gente trabalha para que no mínimo a pena seja justa, e a pena justa não é colocando a Cléa como uma mulher fria, calculista”.

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