Cedeca cobra apuração das mortes de jovens no Vale do Reginaldo; PM se pronuncia

O Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (Cedeca) encaminhou ofícios ao Ministério Público Estadual e Polícia Civil pedindo  apuração das mortes de um adolescente de 16 anos e dois jovens de 18 anos, no Vale do Reginaldo, nos dias 27 de novembro e 11 de dezembro, durante suposta abordagem policial.

De acordo com o advogado Arthur Lira, o principal ponto é a instauração de inquérito pela PC. Além disso, ele pede o acompanhamento da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Estadual, já que além das mortes, a comunidade do Vale do Reginaldo também denuncia truculência durante as abordagens e invasão e destruição nos imóveis, pelos policiais.  Esses foram os motivos de um protesto realizado ontem (14), na Ladeira Geraldo Melo.

Em nota, o Comando da PMAL informou nesta quarta-feira, 15, que realizará abertura de procedimento administrativo para apurar as denúncias e adotará as medidas necessárias assim que concluir as investigações.

Violência

Dados do Anuário brasileiro de Segurança Pública apontam que das mortes violentas intencionais ocorridas em 2020, 76,2% das vítimas eram negras, 54,3% jovens, e 91,3% do sexo masculino.

Desde o desaparecimento de Jonas Seixas e a morte dos irmãos Ferreira, que ocorreu no Village Campestre, o Centro de Defesa vem cobrando do Governo do Estado uma resposta sobre o plano de prevenção à violência contra jovens negros.

O projeto já possui orçamento e setores responsáveis por sua elaboração e execução, mas ainda não foi implementado e não há respostas sobre o estado atual de sua realização.

Nota da PM

“A Polícia Militar de Alagoas informa que tomou ciência do protesto realizado por moradores do Vale Reginaldo, no fim da tarde de ontem, na Ladeira Geraldo Mello. A Corporação tem tomado todas as medidas necessárias que o caso requer, e encaminhou o Centro De Gerenciamento de Crise para o local, tendo escutado a demanda dos moradores, bem como demonstrado a comunidade todos os caminhos para a realização de denúncias junto à corregedoria da instituição. O Comando da PMAL realizará abertura de procedimento administrativo para apurar as denúncias, imediatamente, após as informações chegarem de maneira oficial à corregedoria, a partir dos preceitos legais que a legislação preconiza, observando os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e que este Comando da Instituição não corrobora com atitudes que firam o princípio da legalidade.”

 

 

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