A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente, nesta quarta-feira (22), a chefe de gabinete do governador do Acre, Rosângela Gama, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A prisão foi feita no contexto da segunda fase da Operação Ptolomeu, que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do governo acreano.
No último dia 16, na primeira fase da Operação, o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), foi um dos alvos da PF e teve mandados de busca e apreensão cumpridos em sua casa e no seu gabinete.
Nesta fase, os policiais afirmam ter identificado um conluio entre servidores públicos, que tentaram obstruir a investigação e destruir provas após o início da Operação.
“Por ordem ainda do STJ, policiais federais cumprem, na manhã de hoje, cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Rio Branco/AC, em endereços relacionados aos envolvidos no embaraço às investigações”, afirmou a PF em nota.
Também foi instaurado um novo inquérito policial para que seja investigado o crime de obstrução de investigação de organização criminosa.
De acordo com a Polícia, a pena prevista é de prisão de três a oito anos, além de multa.
A CNN entrou em contato com o governo do Acre e com a assessoria do governador Gladson Cameli, mas não houve retorno até o momento.
Governador investigado
O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), foi um dos alvos da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal em apoio com a Controladoria-Geral da União, no dia 16 de dezembro. Os policiais cumpriram mandados de buscas no gabinete e na casa do governador.
No total, na primeira fase da investigação, foram expedidos 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão, divididos em quatro estados.
O único mandado de prisão tinha como alvo um assessor ligado ao governador Gladson Cameli, que foi preso.
A ação tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi determinada pela ministra Nancy Andrighi. De acordo com as autoridades, foi identificado um grupo criminoso controlado por empresários e agentes políticos ligados ao governo estadual acreano.
De acordo com uma nota da Polícia Federal, os membros da organização “atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos”.
A operação mobilizou 150 policiais federais e 10 auditores da CGU.
O STJ também determinou o bloqueio de R$ 7 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de veículos de luxo.
O nome da operação faz referência ao apelido utilizado por um dos investigados, que faria alusão à cidade natal de grande parte dos investigados.