Viúva de Paulinho, do Roupa Nova, faz bico como ambulante para viver

Em conversa com Quem, Elaine Soares Bastos, de 39 anos, confirmou ter trabalhado alguns dias em banca de amiga no comércio popular da Saara, no Centro do Rio: "Só não completei 15 dias porque me senti muito cansada"

Paulinho e Elaine (Foto: Reprodução/Facebook)

Elaine Soares Bastos, viúva de Paulinho, do Roupa Nova, que morreu em dezembro de 2020 após complicações da Covid-19, está passando por dificuldades financeiras. Desempregada, a psicóloga – que também é formada em direito – precisou pedir ajuda a uma amiga, que tem uma banca que vende utensílios de acrílico no comércio popular da Saara, no Centro do Rio, para conseguir uma renda extra. Elaine, de 39 anos, trava uma disputa na Justiça com os dois filhos do cantor, Twigg de Souza Santos e Pedro Paulo Castor dos Santos, a fim de ter reconhecida a união estável com Paulinho e ser incluída na divisão da herança.

“Pedi trabalho a uma amiga. Liguei para ela e perguntei se podia trabalhar. Antes ela tinha um quiosque no Centro do Rio, mas, com a pandemia, perdeu e agora está com uma banca na calçada, onde bate sol o tempo todo. Não posso cuspir no prato que comi, porque ela foi muito legal comigo. Poderia ter dito que não, mas dividiu comissão comigo. Trabalhei de segunda passada até ontem. Hoje tirei o dia para descansar porque para ganhar 10 reais para ficar o dia inteiro em pé não compensa”, contou a Quem nesta quinta-feira (22).

Apesar de estar em depressão, Elaine pediu ajuda à amiga por estar precisando de dinheiro para os gastos do dia a dia. “Como estava chegando a semana do Natal e estou no processo de esperar o inventário e o formal de partilha – já que só a partir deles poderei seguir a minha vida, independentemente de estar trabalhando ou não – entrei em contato com minha amiga porque sabia que ela tinha essa loja para ver se ela me dava uma força nos 15 dias que antecediam o Natal. Para eu arrumar um dinheiro qualquer. Porque estou sem dinheiro”, explicou.

Elaine esclareceu por que está desempregada. “Eu tenho duas formações: sou psicóloga, trabalhei 15 anos na Pfizer como gerente de recursos humanos, e depois, casada com o Paulinho, fiz faculdade de direito. Ele pagou para eu fazer. Falou: ‘faz, namorada, você leva jeito’. Fiz exame de ordem (OAB), passei. Só que durante o tempo em que estávamos casados, cuidava de tudo, de mim, dele, da casa. Viajava com ele e aí, para trabalhar, não teria a disponibilidade que precisava ter para acompanhá-lo nos lugares que acompanhei”, recordou.

Elaine contou como foi o trabalho no comércio popular. “Estava vendendo tacinhas de acrílico no fim de ano com minha amiga. Só que o que deu de comissão não chegou nem a 50 reais, então nao valeu a pena. Mas, de qualquer maneira, tenho minha mãe, vou passar o Natal com ela. Mas queria um dinheiro extra para comprar uma lembrancinha para o meu sobrinho, para a minha afilhada, filha do meu sobrinho, que tem quatro aninhos, porque criança cobra, gosta e tal. Estou muito cansada, com a perna inchada, dolorida. Fiquei em pé no sol o dia inteiro, de nove da manhã às seis da tarde. Hoje não aguentei ir. Falei com minha amiga para me pagar ontem porque hoje para mim não dava. E ainda está chovendo aqui no Rio”, disse. “Como estamos em época de recesso da Justiça, que só retorna em 20 de janeiro, vou ficar até lá esperando. Minha audiência, de instrução e julgamento, está marcada para março. Não sei nem como vou viver até lá. Não completei 15 dias na banca com minha amiga porque me senti muito cansada”, completou.

Fonte: Quem

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