Covid-19: Brasil recebe 2º lote de vacinas da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos

Remessa com 1,2 milhão de doses chegou por volta de 9h ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e será distribuída aos estados. Farmacêutica prevê total de 4,3 milhões de imunizantes em janeiro.

UPS/ALFTV

Avião com 2º lote de vacinas da Pfizer para crianças pousa no Aeroporto Internacional de Viracopos

O Brasil recebeu neste domingo (16) o segundo lote de vacinas da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Segundo a farmacêutica norte-americana, a remessa tem 1.248.000 doses e tinha previsão de chegar ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 3h50, mas chegou com atraso, por volta de 9h.

A Pfizer confirmou a chegada do lote às 11h deste domingo. O voo com imunizantes saiu de Amsterdam, na Holanda, e as vacinas foram descarregadas no aeroporto com auxílio da Receita e Polícia Federal. Em seguida, haverá transporte até um centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), antes das entregas aos estados.

O número de doses do segundo lote é igual ao do primeiro, que chegou ao país em 13 de janeiro. Além disso, a Pfizer, por meio de assessoria, confirmou que a empresa prevê envio ao Brasil de mais 1.818.000 vacinas em 27 de janeiro, o que deve fazer o total entregue no mês chegar a 4.314.000.

O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ele recebeu a dose na sexta, durante evento simbólico organizado pelo governo de São Paulo.

Imunização para crianças 

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em 16 de dezembro, a vacinação de crianças desta faixa etária. Já em 5 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que não será exigida receita médica para vacinar o grupo.

Os estados começaram a se organizar para o esquema de vacinação. O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou na quarta-feira a abertura do pré-cadastro para início da imunização de crianças.

 Em 10 de janeiro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a Pfizer antecipará as entregas de 600 mil doses de vacinas para crianças. Com isso, o total de imunizantes previstos para janeiro sobe dos 3,7 milhões, estimados inicialmente, para 4,3 milhões. Veja abaixo o cronograma:

Remessas entregues

  • Quinta-feira (13) – 1.248.000 doses (lote 1)
  • Domingo (16) – 1.248.000 doses (lote 2)

Remessas previstas

  • 27 de janeiro – 1.818.000 doses (lote 3)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária contempladas pela vacinação.

O envio das doses faz parte do acordo firmado em 29 de novembro entre o governo federal e a farmacêutica, que estipula a disponibilização de 100 milhões de doses ao Brasil ao longo de 2022.

A negociação também prevê que o Ministério da Saúde tenha a opção de aumentar o número de doses previstas para serem entregues ao país em até 50 milhões de vacinas adicionais, elevando o número total para 150 milhões de doses neste ano.

“O contrato prevê a possibilidade de fornecimento de versões modificadas do imunizante, que poderão ser eventualmente desenvolvidas caso necessário, e versões para diferentes faixas etárias, conforme solicitação por parte do Ministério da Saúde”, diz nota da Pfizer.

Vacinação infantil

De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:

  • em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
  • sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
  • com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.

Diferenças

A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal adquiriu uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo.

A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia).

Em outubro de 2021, a Pfizer informou que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. O imunizante infantil é produzido em Puurs, na Bélgica.

Em 20 de dezembro, o ministro disse que a “pressa é inimiga da perfeição”. Já na noite de 23 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu a consulta pública sobre vacinação de crianças.

De 24 de dezembro a 2 de janeiro, qualquer pessoa pode participar, preenchendo um formulário online, da consulta que, segundo a pasta, estava aberta a “contribuições devidamente fundamentadas”.

Já no dia 3 de janeiro, Queiroga antecipou que as doses pediátricas chegariam ao Brasil na segunda quinzena deste mês. Sem apresentar um cronograma de aplicação, o ministro disse também que a vacina estará disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos.

No dia posterior, o Ministério da Saúde apresentou os resultados da consulta pública e também convidou entidades e profissionais ligados ao tema para uma audiência pública. Sociedades médicas e científicas defenderam a vacinação de crianças.

Fonte: g1

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