‘Não quero nada que não seja meu’, diz músico desempregado que achou carteira com R$ 800

Maxuel França fazia 'bico' como calibrador de pneus em posto de combustíveis de Águas Claras, quando motorista perdeu carteira. Mulher fez pix de R$ 80 em agradecimento.

Maxuel França fazia ‘bico’, enchendo pneu de carros, quando achou carteira com R$800 no DF — Foto: Arquivo pessoal

Na última segunda-feira (24), o músico Maxuel de França, de 35 anos, fazia “bico”, enchendo pneus de carros em um posto de gasolina de Águas Claras, no Distrito Federal, quando encontrou uma carteira com documentos e R$ 800. A dona era uma motorista que tinha acabado de deixar o local.

“Não quero nada que não seja meu. Essa moça já tinha deixado eu calibrar o pneu e me ajudado nesse dia”, diz Maxuel.

Maxuel contou ao g1 que, na carteira, havia o contato da dona. Na hora, ele telefonou para a mulher que, depois de reaver a carteira, em agradecimento, fez um pix de R$ 80 e uma postagem nas redes sociais.

Segundo Maxuel, que está desempregado desde o início da pandemia de Covid-19, outras pessoas que souberam da atitude dele, também ajudaram. No total, o músico conseguiu somar R$ 200 em doações mas, mesmo feliz com o dinheiro, diz que não fez nada além do que a obrigação.

“Só fiz o que era necessário e retribui o que ela me ajudou. Se ela estivesse no meu lugar, acho que ela faria a mesma coisa”, conta Maxuel.

Pai de dois filhos e terceiro a caminho

Maxuel mora no Gama, é pai de duas crianças de 2 e de 9 anos, e a esposa está no segundo mês de gravidez. Ele conta que no domingo (23) foi ao posto de combustíveis e “se ofereceu” para calibrar os pneus dos carros dos clientes, para conseguir algum dinheiro.

Segunda-feira, quando a mulher perdeu a carteira, era o segundo dia do “bico”. Mas o gerente do posto pediu para que ele deixasse o local.

“Pediram para que eu me retirasse, então eu me retirei. Fiquei chateado porque queria continuar lá”, conta.

Até 2020, ela dava aulas de musicalização para crianças e também tentava empreender na área de marketing digital. Com a pandemia, passou a “fazer bicos” de vendedor de rua e entregador por aplicativo.

“As coisas complicaram um pouco e fui buscando formas de me reinventar pra trazer o pão de cada dia pra casa”, diz o músico.

Enquanto espera uma nova chance de empreender – o que diz ser a sua vocação – ele afirma que não perde “a fé” nas pessoas.

“Acredito que a maioria das pessoas são boas e querem ganhar a vida de forma honesta”, diz ele.

Fonte: G1

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