A Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito que apurava a denúncia do vendedor Luís Felipe Ferreira Mesquita, de 27 anos, que de teria sido alvo de discriminação racial.
Após as investigações, o delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito da Capital, resolveu indiciar o acusado, um ex-professor, de 68 anos, por injúria racial, perseguição e ameaça.
Em novembro do ano passado, o jovem Luís Felipe – que é negro – estava trabalhando em uma loja de esportes de um shopping center, localizado no bairro da Cruz das Almas, quando o acusado entrou no estabelecimento, puxou o cabelo black power da vítima e disse que se tivesse um fósforo tocaria fogo do rapaz.
Após o caso, a vítima esteve no 6º DP para registrar um boletim de ocorrência. Em depoimento, Luís Felipe contou que já estava sofrendo ataques racistas há quatro meses quando começou a trabalhar na loja do shopping. Inicialmente, as ofensas eram realizadas apenas quando o rapaz se dirigia ao banheiro. O acusado ficava próximo ao banheiro e fazia gestos com as mãos mostrando tesoura, faca além de imitar um macaco. Entretanto, num primeiro momento, ele afirma que não achava que os gestos estavam sendo direcionados a ele, por não conhecer o homem. Mas, depois confirmou que as ofensas eram contra ele.
“A vítima se viu com medo de sair em seus momentos de intervalo ou necessidades de ir ao banheiro. Ao ponto de que pedia para uma amiga para verificar se o acusado estava lá ou não. Caso estivesse, a “vitima” não iria por medo de sofrer injúrias raciais e perseguição”, diz termo de declarações ao 6º Distrito Policial.
Até que no dia 26 de novembro, o ex-professor resolveu entrar na loja. As agressões foram inicialmente verbais, mas depois de um tempo se agravou até chegar a puxão de cabelo e a ameaça.
Após a confecção do boletim de ocorrência, as investigações policiais tiveram andamento e na manhã desta quarta-feira, 09, o acusado foi ouvido pela equipe policial. “Ele nega as acusações, mas temos indícios de que os crimes foram cometidos, inclusive por meio de depoimentos de testemunhas”, disse o delegado.
Ele foi indiciado e o inquérito policial deve ser enviado ainda esta semana ao Ministério Público.