Operação policial na Vila Cruzeiro deixa 8 mortos e fecha escolas e postos de saúde

Força-tarefa da PM e das polícias Federal e Rodoviária Federal foi à favela para cumprir mandados de prisão contra quadrilha de roubo de cargas. Os oito mortos estavam em um comboio de criminosos que reagiram. Um homem foi preso.

Corpos ao lado de carros na Vila Cruzeiro, na Penha — Foto: Reprodução/TV Globo

Uma operação conjunta da Polícia Militar, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, deixou pelo menos oito mortos após intenso confronto, nesta sexta-feira (11). As equipes chegaram à Penha antes das 5h, quando começou o tiroteio.

Por precaução, 17 escolas da rede municipal não abriram e terão aulas apenas on-line. As Clínicas da Família Felipe Cardoso, Aloísio Novis e Klebel de Oliveira suspenderam as atividades externas.

Nas redes sociais, moradores relataram confrontos e medo de sair de casa. “Sem condições de sair para trabalhar nessa chuva de balas!”, disse um. Leia mais depoimentos aqui.

A Vila Cruzeiro faz parte do Complexo da Penha e fica perto da Igreja de Nossa Senhora da Penha.

Chico Bento era alvo
As forças de segurança buscavam cumprir mandados de prisão contra uma quadrilha de roubo de cargas.

O principal alvo é o traficante Chico Bento do Jacarezinho, um dos chefes do Comando Vermelho. Segundo as investigações, ele está na Vila Cruzeiro desde que o Jacarezinho foi ocupado pelo Programa Cidade Integrada, há quase um mês.

De acordo com a PM, a operação também visava a frustrar planos para atacar as bases do Cidade Integrada no Jacarezinho.

Até a última atualização desta reportagem, um homem havia sido preso e foram apreendidos:

7 fuzis
4 pistolas
14 granadas
72 kg de pasta básica de droga

PM diz que busca atuar com segurança
Em entrevista ao Bom Dia Rio, o secretário da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho, disse que a ação desta manhã é resultado de um trabalho de inteligência.

“É uma operação integrada entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal em cima de um trabalho de inteligência que foi feito durante alguns dias, alguns meses. A informação que nós tínhamos era que integrantes de uma grande facção estavam escondidos”, explicou Marinho.

Ainda de acordo com o secretário, a operação buscou atuar com segurança e minimizando os riscos. “Encontramos uma grande resistência para avançar e cumprir nossos objetivos, e provavelmente esses elementos estavam nessa resistência”, ressaltou.

Plano para reduzir letalidade
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo do Rio de Janeiro adotasse medidas para reduzir a letalidade de ações policiais em comunidades do estado e deu prazo de 90 dias para que o plano fosse apresentado.

A despeito da ações que serão propostas pelo RJ, o STF destacou que as diligências devem ser feitas durante o dia e ser justificadas e que ambulâncias sejam mobilizadas em operações em que haja a possibilidade de confrontos armados.

A TV Globo não viu nenhuma ambulância no início da operação.

O julgamento foi motivado por um recurso apresentado pelo PSB e entidades de direitos humanos depois que o relator da ação, ministro Edson Fachin, suspendeu, em 2020, a realização de operações nas comunidades, exceto em casos excepcionais.

Somente este mês, ocorreram 16 mortes em confrontos com a polícia em favelas, incluindo os oito desta sexta:

6 mortos em Belford Roxo, no dia 3;
1 morto na Vila Aliança, no dia 5;
1 morto no Jacarezinho, nesta quinta (10).

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário