A Polícia Federal encaminhou um relatório ao STF (Supremo Tribunal Federal) no qual diz que a milícia digital estaria usando a estrutura do chamado “gabinete do ódio“. As informações são do UOL.
O documento, que é um relatório parcial e não conclusivo, foi elaborado pela delegada Denisse Dias Rosa Ribeiro e entregue ao ministro Alexandre de Moraes, que era relator de duas investigações paralelas com objetivos semelhantes: os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.
A segunda investigação, Moraes arquivou em julho do ano passado, e decidiu abrir uma terceira para investigar a existência de uma organização criminosa que atenta contra a democracia, o inquérito das milícias digitais.
No relatório assinado pela delegada Denisse, ela cita que “pessoas identificadas no bojo dos inquéritos 4781, 4828 e 4874 se uniram de forma estruturalmente ordenada, com unidade de desígnios e divisão de tarefas (produção, difusão e financiamento), com o objetivo de obter vantagens financeiras e/ou político-partidárias por meio da produção e divulgação de informações (texto, imagem e vídeo) em meios de comunicação (redes sociais ou canais de comunicação), de notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, violação de sigilo funcional, ameaças e crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), lesando ou expondo a perigo de lesão o Estado democrático de direito e a independência e a harmonia entre os Poderes, ocultando ou dissimulando a natureza, origem, movimentação ou propriedades de valores decorrentes da atividade criminosa”.
Ela também cita a propagação de notícias falsas sobre a Covid-19 e o chamado tratamento precoce contra a doença, com remédios comprovadamente ineficazes.
O “Gabinete do Ódio” é como ficou conhecido o grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto focado na propagação de informações nas redes sociais, e que muitas vezes difundem desinformação, fake news e atacam adversários do presidente Jair Bolsonaro (PL).