As oitavas de final da Champions League começam nesta terça-feira com dois duelos. Em Paris, o PSG recebe o Real Madrid no confronto mais esperado do início de mata-mata, ao passo que o Manchester City visita o Sporting. E os quatro clubes terão que lidar com uma nova regra na competição.
O critério do gol fora de casa, que figura nas competições europeias desde 1965, foi oficialmente abolido pela Uefa em junho de 2021. Com a chegada do mata-mata da Champions, os novos critérios prometem tomar o centro das atenções.
O saldo de gols segue valendo no placar agregado ao final das partidas de ida e volta. No entanto, se ambas equipes tiverem marcado o mesmo número de tentos, não importará onde eles foram marcados. O duelo irá para a prorrogação e, mantendo-se o empate, pênaltis.
Uma das grandes razões para a mudança é a vantagem que os clubes que disputavam a segunda partida como visitantes levavam. Quem decidia longe de seus domínios, em caso de prorrogação, tinha 30 minutos a mais para fazer gols fora de casa – que, na prática, poderiam valer por um gol e meio.
“Não entendo por que a equipe que joga como visitante na segunda partida pode ter 30 minutos a mais que a outra para marcar um gol que vale em dobro. Às vezes aconteceu com a gente, como agora, e um gol em mata-mata vale muito”, reclamou Simeone em 2017. E ele não estava sozinho.
Dessa forma, o PSG acaba atrapalhado pela mudança, ao passo que o Real Madrid é ajudado. O time de Vinicius Jr. decidirá em casa e não precisará se preocupar com um gol valendo “o dobro” na prorrogação para os parisienses, que por sua vez perdem tal vantagem. O mesmo vale para Sporting, atrapalhado, e Manchester City, ajudado.
A questão da prorrogação, no entanto, não foi a única que levou a Uefa a banir o gol fora de casa. Em seu comunicado em junho de 2021, a entidade que rege o futebol europeu também citou que a incidência de vitórias das equipes que atuam em casa vinha diminuindo desde os anos 80, passando de 61% para 47%.
“O impacto da regra ia contra o seu propósito original, já que não incentivava as equipes locais a atacar, especialmente nas partidas de ida, porque temiam levar um gol que daria uma vantagem crucial ao rival”, justificou o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, na época.
Se o gol fora de casa deixa de ser uma realidade em todo mata-mata do Velho Continente, há uma outra consequência que pode ser considerada negativa por alguns. A tendência é que mais jogos cheguem na prorrogação (por vezes arrastada) e nos pênaltis (por vezes injustos), levando a um número maior de partidas decididas com a bola parada – e não rolando.