O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) retomou, nesta terça-feira (15), a sessão ordinária para análise do cenário da pandemia de covid-19 e discussão sobre viabilidade de retorno presencial. O indicativo de retomar aulas presenciais a partir do semestre 2021.2, no próximo 21 de março, já foi aprovado no início de fevereiro, mas, na sessão de hoje, foi aprovado o calendário acadêmico-administrativo do ensino de graduação.
Para chegar ao documento final, foram debatidas todas as alterações necessárias e, assim, foi aprovada por unanimidade a resolução que homologa, com modificações, a resolução nº 61/2021. Nela, está estabelecido o calendário acadêmico-administrativo do ensino de graduação para os semestres letivos 2021.1 e 2021.2 dos quatro campi da Ufal, no contexto da pandemia do novo coronavírus [Sars-cov-2], para retorno presencial no dia 21 de março.
A sessão foi presidida pela vice-reitora Eliane Cavalcanti já que o reitor Josealdo Tonholo está em Brasília para tratar de assuntos de interesse da Universidade. O pró-reitor de Graduação, professor Amauri Barros fez uma exposição inicial sobre dos avanços nas resoluções. “Destacamos que esta reunião de hoje é a quarta do Consuni que trata dessa temática; de forma contínua, colaborativa e democrática”, ressaltou o pró-reitor.
Os conselheiros se debruçaram sobre a revisão da resolução 61/2021, de 14 de setembro do ano passado, que trata do calendário acadêmico. “Este esforço de organizar todos os aspectos administrativos é importante, pela ansiedade dos estudantes com a volta às salas de aula físicas. Principalmente os que estão no 4º período e ainda não tiveram a oportunidade de vivenciar a universidade”, refletiu a professora Iracilda Moura, diretora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS).
As questões das salas de aula com condição de distanciamento e a exigência de EPIs, como máscaras adequadas, que garantam efetiva proteção contra a covid-19, também foram assuntos bastante debatidos. As professoras Lígia Ferreira e Rita Lima destacaram o uso de máscaras pelos intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libra). “O uso obrigatório de máscaras específicas também se aplica na comunicação dos tradutores, docentes, estudantes e técnicos administrativos surdos”, propuseram as docentes.
No chat da transmissão no canal da Ufal no Youtube, a participação mais uma vez foi intensa. Os estudantes, principalmente os que moram fora de Alagoas e estão acompanhando as aulas on-line, manifestaram a preocupação com o tempo para organizar a mudança para o estado. “Tinha que decidir logo! Quem mora em outro estado precisa se organizar se for presencial”, escreveu a estudante Rafaella Storino Campos, no chat.
Entre os vários encaminhamentos definidos, os conselheiros debateram o que fazer com as pessoas que forem infectadas. Nestes casos, os encaminhamentos serão dados de acordo com os direitos assegurados e as normativas vigentes, ou seja, as aulas presenciais continuam, com o afastamento dos que estiverem com covid-19. “Os professores não podem dar aula, mesmo on-line, quando estiverem de licença médica. O teste já estabelece o direito de afastamento”, ressaltou a professora Sandra Lira, da direção da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal).
A professora Elaine Pimentel, diretora da Faculdade de Direito, reforçou a preocupação com o direito ao tratamento da saúde. “Não temos o que discutir nesse campo. A Justiça Trabalhista está deliberando pelo direito ao descanso e recuperação, mesmo na iniciativa privada. Os professores e professoras que estiverem infectados, não podem trabalhar, nem de forma remota. Isso seria uma afronta ao direito de preservar a própria saúde”, enfatizou.