A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) já se posicionou de forma favorável à formação de uma federação de seu partido junto ao PSOL. E, uma vez acertada, a união entre as duas legendas caminha para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ao Palácio do Planalto (O senador Randolfe Rodrigues, inclusive, abandonou a disputa pelo governo do Amapá para ser um dos coordenadores da campanha de Lula).
Mas, apesar do acerto iminente, tanto Marina Silva quanto Heloísa Helena, porta-voz da Rede, têm outros planos para o 1º turno das eleições presidenciais. As duas vêm reivindicando ao partido a inclusão de uma cláusula no estatuto da federação que garanta a seus filiados o direito de apoiar outras candidaturas, fora do bloco que será formado. O objetivo de Marina e Heloísa é ter a liberdade para não apoiarem Lula, ou até de participarem da campanha por Ciro Gomes, do PDT.
Desejo antigo de Ciro e seus aliados, Marina chegou a ser sondada para ser candidata a vice-presidente na chapa do pedetista, e atualmente foi chamada para integrar um lugar em sua campanha. Marina ainda pensa com cautela no convite, muito pelo fato de a campanha ser comandada pelo marqueteiro João Santana, responsável por orquestrar ataques a Marina na campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014.
É a mesma mágoa que também afasta Marina do apoio ao PT nesta eleição. O senador Randolfe Rodrigues, agora um dos coordenadores da campanha de Lula, ainda tenta um esforço para convencer Marina a apoiar o ex-presidente da República.
A ex-ministra do Meio Ambiente também cogita uma candidatura a deputada federal por São Paulo. Mas independentemente de sua escolha, a inclusão da cláusula no estatuto da federação deve abrir margem para que integrantes de outros Estados também caminhem contrários à orientação de Rede e PSOL, em disputas locais.