Polícia de Kiev afirma que jornalista americano foi morto na Ucrânia

A polícia da região de Kiev disse que o premiado jornalista americano Brent Renaud, de 50 anos, foi morto por forças russas em Irpin, na Ucrânia, de acordo com publicações das autoridades ucranianas em redes sociais neste domingo (13).

As publicações da polícia de Kiev incluíram uma foto do corpo do jornalista e o passaporte americano dele como evidências da morte, além de um crachá antigo do jornal The New York Times com o nome de Brent Renaud.

O jornal The New York Times fez uma publicação no Twitter em que reagiu às informações sobre a morte do jornalista. No texto, o jornal se diz “profundamente triste” com os relatos e informa que teve Renaud como colaborador ao longo dos anos, com o trabalho mais recente realizado em 2015.

Segundo o New York Times, o jornalista não estava trabalhando para o jornal durante a guerra na Ucrânia, mas informações iniciais que apontaram isso se basearam no fato dele estar usando um crachá do jornal, dado a ele “há muitos anos”.

A CNN não conseguiu verificar para qual veículo de comunicação os jornalistas americanos estavam trabalhando na Ucrânia.

Um conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Mikhail Podolyak, também reagiu à notícia pelo Twitter. “Ninguém duvida sobre a infração da Rússia com as regras da guerra. Só resta uma pergunta: por quanto tempo os Estados Unidos vão ignorar a guerra, o assassinato de seus cidadãos e não vão fechar o espaço aéreo na Ucrânia?”, questionou.

Brent Renaud era um jornalista, produtor e documentarista, vencedor do Prêmio Peabody, e viveu e trabalhou em Nova York e em Little Rock, no estado de Arkansas, de acordo com a sua biografia no site dos Irmãos Renaud. Ele e o irmão, Craig, passaram anos “contando histórias humanísticas verídicas de pontos chave do mundo”, incluindo projetos no Iraque, Afeganistão, Haiti, Egito e Líbia.

A polícia de Kiev também informou que outros dois jornalistas foram feridos por tropas russas. Acredita-se que um dos jornalistas feridos seja o fotógrafo colombiano-americano Juan Arredondo, que agora está no hospital, de acordo com vídeos de redes sociais e reportagens da mídia internacional.

Em um post no Facebook, o chefe da polícia da região de Kiev, Andriy Nebitov, disse que as forças russas mataram o jornalista americano Brent Renaud e que “mais dois jornalistas ficaram feridos, acrescentando que “os feridos já foram salvos e transferidos para um hospital na capital. Em que condição eles estão é desconhecido no momento”.

Surgiram imagens de mídia social de um jornalista identificado como Juan Arredondo no hospital Okhmatdyt em Kiev, no qual ele descreve ter sido baleado pelas forças russas enquanto passava por um posto de controle em Irpin, na Ucrânia, enquanto filmava refugiados deixando a cidade.

“Eramos dois de nós, meu amigo Brent Renaud. E ele foi baleado e deixado para trás”, disse Arredondo no vídeo, acrescentando que Renaud foi baleado no pescoço. “Nós nos separamos e eu fui puxado para a [aponta para a maca] … uma ambulância, eu não sei”.

Arredondo, cineasta e jornalista visual que também é professor adjunto da Columbia Journalism School, postou fotos de Zhytomyr, na Ucrânia, no sábado (12), observando em um post no Instagram que ele está “#onassignment”.

O reitor da Columbia Journalism School, Steve Coll, disse à CNN que “não temos nenhuma informação independente sobre seus ferimentos no momento, mas estamos trabalhando agora para aprender mais e ver se podemos ajudar”.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas também observou os ferimentos de Arredondo em um comunicado divulgado no domingo, no qual a organização também denunciou o tiroteio e pediu que os responsáveis ​​sejam levados à justiça.

Arredondo é um bolsista do programa Harvard Nieman de 2019. Ele já teve suas fotografias apresentadas nos jornais e revistas The New York Times, National Geographic, The Wall Street Journal, Newsweek, ESPN, Vanity Fair e outros meios de comunicação, de acordo com a biografia de seu site pessoal.

Fonte: CNN Brasil

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