Mortandade de peixes na Lagoa Mundaú é causada por intoxicação química, diz Ufal

O consumo do pescado contaminado pode oferecer risco à saúde humana

 

Ufal

Cinco dias após os pescadores da Lagoa Mundaú denunciarem mortandade de peixes e outros animais na região, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou os laudos das amostras coletadas no local e o resultado aponta intoxicação química e orgânica por conta de produtos lançados na lagoa.

O pesquisador da UFAL, Emerson Soares, informou que os níveis de contaminação por substâncias químicas no local são preocupantes, podendo representar riscos ao meio ambiente a saúde humana, caso haja a ingestão dos pescados oriundos da região.

Os dados foram analisados na Ufal pelos seguintes grupos de pesquisa: Laboratório de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua), Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop),  Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento de Química Analítica (Linqa) e Laboratório  de Processamento Químico e Recursos Naturais (LPQRN). Entre as substâncias encontradas destacam-se “fluoroacetamida, inseticida e raticida, altamente solúvel em água e altamente volátil, moderadamente tóxica para  os peixes e provocam altas taxas de mortalidade em animais”, revela o laudo.

Ainda de acordo com Emerson Soares, no Laboratório de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua), 24 parâmetros físico-químicos, com resultados alterados para 15 desses itens, foram avaliados. “Destes, o que mais chamou a atenção foi o manganês, que estava em concentrações entre 70 a 80 vezes acima do nível permitido. Essa substância provoca distúrbios motores e causa danos ao fígado dos peixes, também impede as trocas gasosas, assim os peixes não conseguem retirar o oxigênio da água”, explica o pesquisador.

A conclusão do laudo é que os peixes morreram por intoxicação química e orgânica devido a produtos lançados de forma intencional, por escape ou por escoamento superficial. A sugestão dos pesquisadores é que o ambiente lagunar seja monitorado com a intenção de preservar a saúde pública e a qualidade e segurança alimentar por conta dos índices elevados de mercúrio, manganês, potássio, BTEX (tolueno), bactérias e coliformes fecais encontrados no ambiente. Podendo trazer graves danos à saúde da população. 

Os laudos já foram remetidos ao Ministério Público Federal (MPF) para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

O Alagoas 24 Horas entrou em contato com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) para obter informações sobre o laudo da avaliação microbiológica, mas a assessoria de comunicação informou que o resultado está previsto para ser divulgado até o dia 25 deste mês.

Laudo Lagoa Mundaú

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