O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou, nesta sexta-feira, 18, a reclamar da falta de planejamento no Brasil e citou, inclusive, a ausência de um Ministério do Planejamento. O senador participou do seminário Educação e Inclusão dos Jovens no Mundo do Trabalho, do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) do Paraná.
“Muito além da reforma tributária, previdenciária, trabalhista, teto de gastos, lei de responsabilidade fiscal, agronegócio, é isso que vai consertar o país a médio e a longo prazo. Para isso é preciso haver planejamento. Infelizmente, no Brasil, hoje nós padecemos [da falta de planejamento]. Não estou fazendo crítica pontual a ninguém, mas o Brasil sofre uma crise de planejamento. Sequer temos um Ministério do Planejamento em Brasília”, declarou Pacheco.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, que herdou as atribuição do Ministério do Planejamento, é um crítico contumaz da recriação da pasta. A ala política, todavia, vem pressionando o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela recriação do ministério.
Reeleição e semipresidencialismo
Pacheco voltou a defender o fim da reeleição no país e a discussão sobre o semipresidencialismo, já levantada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ao mencionar que o Congresso manteve no ano passado o sistema político adotado em 2017, com a reforma política, que acabou com as coligações proporcionais, rejeitou o distritão e manteve a cláusula de barreira, ele foi aplaudido pelos presentes no seminário.
“Quero dizer que, daqui a algum tempo, teremos menos partidos políticos e o melhoramento da representatividade no Parlamento. Vamos poder discutir novos temas, inclusive um que estou invocando desde já que é fim da reeleição no nosso país, que é um instituto que não foi bem no nosso país. Temos que reconhecer que não foi bem”, disse ele.
Pacheco acrescentou que “o semipresidencialismo, que é uma ideia, que são buscas de aprimoramento político no Brasil que eu considero importante ser discutido num futuro próximo”.
Urnas
Ao tratar sobre a educação tecnológica, o parlamentar destacou que o Congresso brasileiro foi “o primeiro do mundo” a funcionar e votar por meio do sistema virtual e abriu “um parêntese” para debater as urnas eletrônicas, que “foi demonizada por devaneios”, sem citar Bolsonaro.
“Temos um sistema de votação eletrônico que, até há pouco tempo, era emotivo de orgulho nacional e foi demonizado por devaneios em relação às urnas eletrônicas. Com todo o respeito às críticas que merece o sistema, mas era motivo de orgulho”, apontou.
Segundo ele, o sistema eleitoral sempre se mostrou ágil e rápido. “Mas, infelizmente, ele foi demonizado de tempos para cá. E o Senado está ombreado com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] para garantir a lisura nas eleições. Aprovamos a Lei de Fake News no Senado e está pendente na câmara dos Deputados”, declarou Pacheco.