São Paulo – Roberta Regina Rossi Serme, 40 anos, diretora e proprietária da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, em São Paulo, alegou que não tinha conhecimento sobre a forma como crianças eram tratadas dentro da unidade. Recentemente, uma denúncia – que resultou em investigação da Polícia Civil – revelou imagens de crianças pequenas amarradas, com braços imobilizados, dentro da escola.
No dia 10 de março, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão no local. E, segundo reportagem do Fantástico, um dia depois da ação, a diretora da Colmeia Mágica fez uma reunião com os pais para classificar como uma “situação surreal e absurda”, uma “denúncia completamente descabida”. Parte da conversa foi registrada em áudio.
De acordo com quatro pais ouvidos pelo Fantástico, no momento da reunião em 11 de março, os pais ainda não tinham conhecimento sobre as imagens das crianças amarradas, com faixas que remetem a uma camisa de força. E a diretora naquele momento também não mencionou a existência das fotos que já estavam com a Polícia Civil.
“A declaração dela é sempre no sentido de: como é que isso aconteceu debaixo do meu teto, sem que eu visse”, diz André Dias, advogado da escola, ao justificar que Roberta Serme não tinha conhecimento sobre os maus tratos, em entrevista ao Fantástico.
A reportagem da Globo mostrou, no entanto, que o banheiro onde eram deixadas as crianças amarradas ficava exatamente ao lado da sala da diretora.
“Nós tivemos uma denúncia, uma denúncia de maus-tratos, de não ter alimentação na escola, de pais que não são comunicados se a criança está doente. Eu achei um extremo absurdo quando eu soube”, acrescentou a diretora, na reunião.