Quem pensa que acabou a participação da Perícia Oficial (Poal) no exercício real ocorrido na última semana, está completamente enganado. A partir de hoje (28), os vestígios recolhidos no simulado do Plano de Defesa realizado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP) serão analisados pelos laboratórios do Instituto de Criminalística.
O perito criminal Gerard Deokaran, técnico explosivista que representou o Instituto de Criminalística na ação, explicou que trata-se de uma continuação do simulado, mas que ocorrerá apenas internamente no IC. Nessa etapa serão realizado exames complementares em várias áreas como de genética forense, microvestigios, química forense e balística forense.
A simulação ocorrida nos municípios de Arapiraca e Palmeira dos Índios foi um exercício real desenvolvido no 2º Simpósio Técnico para Análise de Cenários. Todos os detalhes foram pensados para criar uma ação onde criminosos invadem uma cidade, fazem reféns para arrombar uma agencia bancária com o uso de explosivos, na modalidade conhecida como Novo Cangaço.
Em situações como essa, os órgãos de segurança pública utilizam uma doutrina empregada mundialmente, onde equipes de perícia e esquadrões antibombas atuam em conjunto. No dia do exercício, após o ataque do bando, o Esquadrão de Bombas do BOPE e o IC foram acionados para atuar na desativação de um artefato explosivo, a coleta de vestígios e outras informações necessárias para auxiliar as investigações.
Segundo Gerard Deokaram, no dia do simulado, a perícia se deslocou com a guarnição do Bope até o local do evento, onde tinha um artefato explosivo não detonado durante o assalto ao banco. Seguindo o procedimento padrão mundial, com área preservada e isolada, a equipe pericial fez alguns levantamentos preliminares e em seguida o Esquadrão de Bombas realizou a desativação do artefato presente no local.
Após a liberação da área pelos técnicos explosivistas responsáveis pela ocorrência, a perícia criminal entrou com a parte investigativa do que diz respeito a ação criminosa. No local, o perito criminal constatou 22 vestígios no total, e coletou esses materiais, os quais passarão por exames complementares nos laboratórios do IC, de acordo com área pericial.
“As amostras biológicas serão analisadas pelo Laboratório de Genética, o Laboratório de Microvestigios analisará as impressões digito-papilares, a Balística Forense examinará estojos coletados e o Laboratório de Química Forense os resíduos de pós-explosão. Esses exames podem dar importantes provas para a investigação penal como indicação de autoria, constatação e confirmação da utilização de explosivos controlados pelo Exército Brasileiro,” disse Deokaran.
Persecução penal
O perito ainda destacou a importância do simulado e a continuidade da atividade internamente no Instituto de Criminalística para esclarecer de forma clara e objetiva para outros órgãos da segurança pública e para própria população, o papel da perícia criminal nos locais de crime. Como também, a função institucional da perícia criminal na apresentação das provas durante a persecução penal.
“O resultado do exame de local de crime, descrito no laudo pericial, materializa a prova técnica pericial, subsidiando o poder judiciário na formação de seu entendimento. Ou seja, a perícia criminal atua na busca pela verdade processual, auxiliando o juiz na construção de um processo legítimo e imparcial durante o julgamento,” afirmou o perito criminal.