A Justiça decretou na manhã desta segunda-feira (28) a prisão temporária por 30 dias do suspeito pelo assassinato da adolescente Lara Maria Oliveira Nascimento, de 12 anos, que foi achada morta no dia 19 de março, em Campo Limpo Paulista (SP).
Lara sumiu por volta das 13h do dia 16 de março, no Parque Santana. De acordo com a família, ela chegou da escola na hora do almoço e, em seguida, foi até uma mercearia para comprar refrigerante.
Uma funcionária do estabelecimento confirmou que a menina realmente esteve no local, que fica a cerca de 600 metros da casa dela. O corpo da adolescente foi encontrado três dias depois, 19 de março, em um terreno localizado em Francisco Morato (SP).
Passeata
Moradores de Campo Limpo Paulista (SP) realizaram, no domingo (27), uma passeata em homenagem a adolescente.
Quase 100 pessoas entre familiares, amigos e vizinhos participaram da caminhada. Com cartazes e faixas, o grupo realizou o mesmo percurso que Lara fez no dia em que desapareceu e pediram justiça.
Nesta sexta-feira (25), a Polícia Civil pediu a prisão temporária do principal suspeito. De acordo com o delegado Rafael Diório, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí (SP), as informações a respeito do suspeito, que aparece em imagens de câmera de segurança dirigindo um carro prata próximo ao local onde a menina foi vista pela última vez, foram cruzadas através do sistema de inteligência da polícia.
As imagens mostram o momento em que o carro para perto do local, no mesmo dia e próximo ao horário em que a menina desapareceu. Em determinado momento, o motorista sai do veículo e olha ao redor, depois entra novamente no carro e segue o caminho.
Segundo o delegado, o suspeito já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou.
Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito. O carro que aparece nas imagens foi localizado em outra cidade e apreendido.
A polícia solicitou uma análise para verificar qual seria uma substância achada no corpo. Uma perícia nas unhas da adolescente também deve apontar vestígios de DNA do assassino. Os laudos, que estão sendo feitos em Jundiaí e na capital serão fundamentais para o inquérito, que segue em segredo de Justiça.
Depoimentos
No dia 21 de março, a polícia começou a ouvir familiares de Lara. O pai da menina, Reginaldo de Oliveira, esteve na delegacia acompanhado por um advogado. Ele contou que o celular da filha era monitorado e não tinha redes sociais. Além disso, reforçou que a família não tinha nenhum tipo de desavença com ninguém.
“Que a gente sabe, ninguém falou de nós. Eu sou super de boa, minha mulher também, minha família é bem estruturada. É do serviço para casa, não fica na casa de ninguém. Então, não teria porque alguém ter maldade conosco”, disse o pai.
Polícia começa a ouvir familiares de adolescente encontrada morta em Campo Limpo Paulista
‘Crueldade tão grande’
Durante o enterro, no dia 20 de março, a avó da adolescente lamentou o assassinato. Um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou que ela morreu de traumatismo craniano.”Uma crueldade tão grande que eu não gosto de parar para pensar no que minha neta passou. Vou chorar muito. Vou sentir muito, porque ela era muito presente”, disse Maria Luiza Oliveira.
O corpo da adolescente foi enterrado no Cemitério Bosque da Saudade, em Campo Limpo Paulista. O caixão foi lacrado e a despedida durou cerca de 1h30.