A desfiliação de Sergio Moro permitirá que a direção nacional do Podemos redistribua cerca de R$ 10 milhões entre os candidatos que disputarão vagas na Câmara dos Deputados.
O Podemos pretendia gastar apenas essa quantia do fundo partidário para financiar a campanha presidencial do ex-juiz. Moro reclamava que o valor era insuficiente para rivalizar com as candidaturas de Bolsonaro e de Lula e decidiu migrar para o União Brasil.
As contas preliminares do Podemos estimam que a passagem de Moro provocou prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões. Os gastos englobam os salários pagos ao ex-juiz e toda a infraestrutura da pré-campanha, como as viagens pelo Brasil, o aparato de segurança que acompanhava Moro e a hospedagem fixa num hotel de luxo em São Paulo.
Sem se preocupar com a chapa majoritária, o Podemos investirá o orçamento na ampliação da bancada de deputados federais. A expectativa mais modesta no partido prevê a eleição de 30 parlamentares.
Moro, por sua vez, terá de resolver a briga que comprou logo no primeiro dia como filiado do União Brasil. O ex-juiz tornou pública a pretensão de concorrer ao Planalto pelo novo partido, o que revoltou as lideranças provenientes do DEM. O grupo chefiado por ACM Neto afirmou que pedirá o cancelamento da filiação do ex-juiz.