O vereador João do Bericó (União Brasil) fez uma fala discriminatória durante uma sessão na Câmara de Florianópolis na terça-feira (12), contra o parlamentar Maikon Costa (PL).
No microfone usado para questões de ordem, o político disse: “Além de maluco, ainda é autista”. Antes disso, ele havia dito que havia ficado com medo pelo diagnóstico revelado.
Após a repercussão, nesta quarta-feira, Bericó comentou o caso e afirmou que ironizou a fala do colega parlamentar. “Peço desculpas à comunidade autista, pela minha fala”.
“Independente do seu diagnóstico de autismo, o desrespeito com uma vereadora mulher, a perseguição, as ofensas direcionadas a ela, não são aceitáveis”, afirmou.
O g1 SC procurou a Câmara de Vereadores e questionou se haverá alguma advertência ou processo administrativo sobre o caso. Até a última atualização deste texto não houve retorno.
Também procurado, o vereador Costa chamou as declarações de preconceituosas e disse que a fala “atingiu uma parcela da sociedade que convive diariamente na superação deste transtorno”. Também declarou em nota que frequentemente é imputado a ele agressões que não cometeu.
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Sessão ordinária em que ocorreu fala discriminatória — Foto: TV Câmara/DivulgaçãoEntenda
A discussão ocorreu porque Costa disse que possui o diagnóstico de autismo durante a sessão após reagir a críticas recebidas por vereadoras. O parlamentar foi criticado por posicionamentos em relação a outra vereadora, que chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o parlamentar.
No microfone, na terça, ao falar sobre o diagnóstico, o vereador Maikon disse que “nunca usei aqui [o diagnóstico de autista, mas] vou começar a usar para me defender aqui, então, por favor, vamos parar de mimimi”. Como resposta, então, Bericó falou a frase discriminatória.
O que disse Costa
Em nota enviada ao g1 SC, o vereador Costa se manifestou sobre o ocorrido.
“Não é de hoje que o vereador Bericó tenta imputar agressões que eu jamais cometi, não traz um único vídeo ou prova elementar destas agressões, sendo a Câmara um ambiente altamente monitorado por vigilância. Tenta a todo custo, usando palavras “psicofóbicas”, criar uma cortina de fumaça pra esconder uma fraude num processo licitatório de 1 milhão de reais de colega vereadora para beneficiar empresa da sua amiga, mas dessa vez derrapou feio, não atingiu apenas este parlamentar em suas declarações preconceituosas, atingiu uma parcela da sociedade que convive diariamente na superação deste transtorno. Os seus atos demonstram exatamente a sua verdadeira face, corriqueira, provocadora, leviana, mal educada e agora preconceituosa”
