O pai de Luna Nathielli Bonett Gonçalves, menina de 11 anos que foi morta em Timbó, no Vale do Itajaí, na quinta-feira (14), viu a filha pela última vez em 2 de março de 2021. Sidival Gonçalves havia feito uma festa de aniversário para ele na ocasião. A data, segundo o homem de 62 anos, é a última lembrança que ele tem da filha viva.
“Eu torcia para que fosse mentira o que estava acontecendo, mas infelizmente, quando eu vi, era pura verdade”, disse.
Segundo a Polícia Civil, a mãe da criança confessou que matou a filha com socos e chutes como forma de punição, já que não aceitava que a filha havia se tornado “sexualmente ativa”. Segundo o atestado de óbito, a criança sofreu politraumatismo.
Gonçalves conta que ficou sabendo da morte da filha na quinta-feira pela manhã, após a notícia se espalhar em Timbó. Logo depois, ele começou a organizar trâmites para o sepultamento da filha, que foi enterrada na manhã desta sexta-feira (15), no Cemitério Municipal Jardim da Paz. O velório ocorreu na Igreja Evangélica Assembleia de Deus.
No sábado (16), a mãe da menina foi presa preventivamente. Além dela, o padrasto da criança também foi detido. A Polícia Civil investiga agora se a menina foi vítima de crime contra a dignidade sexual e qual foi a participação do homem no crime. O homem ficou em silêncio durante o depoimento.
Laudos periciais
De acordo com a laudos médicos e técnicos repassados à Polícia Civil, a menina apresentava diversas lesões pelo corpo, que eram incompatíveis com uma queda de escada. Ela tinha lesões internas no crânio, baço, pulmão, intestino e uma laceração na vagina. O rosto da menina também estava machucado.
A perícia feita na casa onde o crime ocorreu também encontrou marcas de sangue nas proximidades do quarto da criança, sofá, em uma toalha, fronha e em uma calça masculina.
O padrasto e a mãe foram intimados a depor novamente, dessa vez acompanhados de advogado. Os dois foram informados sobre os laudos e o padrasto ficou em silêncio. No entanto, a mãe da vítima confessou ter matado sua própria filha.
“Alegou que o motivo seria que a menina tinha um relacionamento afetivo, em que ela teria se tornado sexualmente ativa, o que a mãe não aceitou e por isso agrediu a menina como forma de represália”, informou a Polícia Civil.
O nome do casal e a idade deles não foi divulgado pela Polícia Civil. No relatório do dia do crime, a Polícia Militar informou que o padrasto tem 41 anos e possui passagens policiais por violência doméstica, dano, lesão corporal, estelionato e posse de drogas.