A Justiça negou, nesta segunda-feira, 18, a liberdade de Wellington Aureliano da Silva, tenente da Polícia Militar, acusado de compor organização criminosa liderada por policiais militares que praticava crimes de roubo, invasão a residências, tráfico de drogas e armas.
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Para o pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa alegou excesso de lapso temporal desde a prisão e ausência de circunstância proporcional para manutenção da modalidade de prisão.
Na decisão, a Justiça pontuou, porém, que há a necessidade da realização de uma perícia em áudio, solicitada pela própria defesa e afirmou que não há dúvidas de que a prisão preventiva está devidamente amparada nos fundamentos jurídicos cabíveis e que é necessária para garantir a ordem pública.
“Com o caráter de prevenir a sociedade da atuação de um grupo criminoso, diante da possível atividade desempenhada pelo investigado dentro do grupo”, traz um trecho do documento.
Relembre o caso – Em 2019, o Ministério Público de Alagoas deu início a operação Expurgo, com o objetivo de prender integrantes de uma organização criminosa liderada por policiais militares. Na ocasião, três PMs e quatro outras pessoas foram presas e 21 mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos. Os envolvidos são acusados de participação em crimes de roubo, tráfico de drogas e armas e invasão a residências.
As investigações duraram seis meses e começoram quando o Ministério Público recebeu denúncias de que um grupo de militares estaria praticando assaltos em diferentes cidades do estado. A apuração seguiu e o Ministério Público teve acesso as câmeras segurança de uma casa que sofreu tentativa de roubo, no município de Santa Luzia do Norte. Nelas, estão imagens que mostram que a invasão ao imóvel contou com a participação dos tenentes Tiago da Silva Duarte e Wellington Aureliano da Silva.
Segundo as investigações, o bando teria invadido a residência porque recebera a informação de que a vítima estaria guardando, lá, a quantia de R$ 190 mil. O roubo foi frustrado porque o dono da casa desconfiou quando os supostos criminosos pularam o muro e se identificaram como policiais. Armado, ele atirou contra os invasores, que desistiram da prática do delito.
Além disso, há indícios de que os tenentes Wellington Aureliano e Tiago da Silva Duarte estão envolvidos em outros ilícitos como homicídios e tentativa de estupros durante as invasões. Os alvos tanto seriam pessoas envolvidas com o crime, como cidadãos comuns.