Quinze corpos sem identificação são sepultados em cemitério de Rio Largo

Polc

Pelo menos 15 corpos – que não foram reclamados pelas famílias e estavam nas câmaras frias do Instituto de Medicinal Legal (IML) – foram sepultados, na manhã desta quarta-feira, 20, no Cemitério São Vicente de Paula, na Mara do Rolo, cidade de Rio Largo, região metropolitana de Maceió.

O IML Maceió informou que dos 15 corpos, 10 tinham sido recolhidos em Rio Largo em 2020 e cinco, em 2021. Desde então, eles permaneciam guardados no IML aguardando familiares para identificação e liberação para sepultamento.

Os sepultamentos ocorreram dois dias após reunião entre o secretário da Segurança Pública, Elias Oliveira, com o procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, e a promotora de Justiça do Controle Externo da Atividade Policial da capital (62ª Promotoria de Justiça), Karla Padilha. Nesse encontro foi discutido medidas para solucionar com a máxima urgência o acúmulo de corpos no IML da Capital.

“Após a reunião, as autoridades entraram em contato com a Prefeitura Municipal de Rio Largo, segunda cidade com o maior número de corpos acondicionados no IML. De imediato, o secretário de infraestrutura Luís Tavares, responsável pelos cemitérios da cidade se prontificou em ceder as vagas necessárias para inumar os corpos oriundos do município, que foram recolhidos pelo IML, mas que permaneciam na unidade como não reclamados”, explicou Diogo Nilo, chefe do IML da Capital.

O IML esclarece ainda que todos os corpos passaram pela necropsia e exames complementares no departamento de identificação humana do órgão. Além da análise antropológica, esses cadáveres passaram pelo exame odontolegal, tiveram as digitais coletadas no exame de necropapiloscopia e na necropsia foram extraídas amostras de material biológico para posteriores exames de DNA.

Superlotação

Atualmente, o IML de Maceió possui duas câmaras frias para recebimento e armazenamento de cadáveres, sendo uma com capacidade para 72 cadáveres e outra para 16 corpos em estado de putrefação. Mas, devido ao aumento de corpos não reclamados, alguns até identificados, os corpos ficaram acumulados pela falta de espaço em cemitérios da capital.

Desde então, a chefia do IML de Maceió, vem buscando alternativas para resolver o problema. A principal delas, foi provocar o MP e a SSP, sugerindo que em situações como essa, quando o cadáver não for reclamado, seja sepultado no município de origem de seu recolhimento. O IML também criou o departamento de identificação humana que agiliza a identificação de corpos e realiza buscas pelas famílias.

A Polícia Científica de Alagoas implementou ainda o projeto Desaparecidos que coleta material genético de familiares de pessoas que estão desaparecidas para realizar buscas no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Outra novidade implementada pelo estado de Alagoas foi nomear um comitê gestor estadual de política nacional de busca por pessoas desaparecidas.

Como mais uma alternativa para solucionar a superlotação, a chefia do IML espera agora a formalização do termo de cooperação elaborada pelo MP e que será assinado pela SSP e a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Quando oficializado, após a realização dos exames cadavéricos e de um prazo estipulado, o termo permitirá aos IML de Maceió e Arapiraca, sepultar o corpo na mesma cidade onde ele foi recolhido.

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