Professor aposentado vira réu por injúria racial e perseguição contra vendedor de shopping

MP aceitou denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP-AL) após o vendedor Luís Felipe Ferreira Mesquita, de 27 anos, denunciar discriminação racial

A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e tornou réu o professor aposentado Lauro Farias Júnior, pela denúncia de injúria racial, perseguição e ameaça contra Luiz Felipe Ferreira Mesquita, de 27 anos, quando o jovem, que é negro, era funcionário de uma loja em um shopping center, no bairro da Cruz das Almas, em Maceió, em novembro de 2021.

TV Pajuçara/Arquivo

Luís Felipe denunciou o caso à polícia

Em fevereiro deste ano, após as investigações, o delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito da Capital, resolveu indiciar o acusado, de 68 anos, pelos três crimes. Segundo relatado na época, o acusado entrou no estabelecimento, puxou o cabelo black power da vítima e disse que se tivesse um fósforo tocaria fogo no rapaz. A vítima registrou boletim de ocorrência.

Em depoimento, Luís Felipe contou que já estava sofrendo ataques racistas há quatro meses, quando começou a trabalhar na loja do shopping. Inicialmente, as ofensas eram realizadas apenas quando o rapaz se dirigia ao banheiro. O acusado ficava próximo ao banheiro e fazia gestos com as mãos mostrando tesoura, faca além de imitar um macaco.

Num primeiro momento, a vítima afirma que não achava que os gestos estavam sendo direcionados a ele, por não conhecer o homem. Mas, depois confirmou que as ofensas eram contra ele, quando, no dia 26 de novembro, o ex-professor resolveu entrar na loja. As agressões foram inicialmente verbais, mas depois de um tempo se agravou até chegar ao puxão de cabelo e a ameaça. Quando foi ouvido pela equipe policial, o acusado negou as acusações.

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL) no dia 23 de março. Uma semana depois, a Justiça aceitou a denúncia contra o professor, tornando-o réu no processo.

“Ao ameaçar e perseguir a vítima, ameaçando-lhe a integridade psicológica e causando-lhe mal injusto, bem como injuriá-la, ofendendo-lhe a dignidade e decoro, o pratica crime (…) previsto (…) [no] Código Penal. Havendo provas e materialidade, o Ministério Público requer a Vossa Excelência a instauração da competente Ação Penal contra Lauro Farias Júnior”, traz parte do texto da denúncia assinada pela promotora de Justiça Amélia Adriana de Carvalho Campelo.

O MP requer ainda que sejam intimados e ouvidos o acusado e testemunhas do caso.

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