Chuva eleva nível da água e moradores usam geladeira e caiaque para se locomover, em Salvador

População relatou que o local tem problemas de drenagem e, toda vez que chove, alaga. Além disso, um pequeno rio corta o bairro, e sempre transborda quando há um grande volume de chuva.

A chuva que cai em Salvador causou grandes alagamentos em vários pontos da capital baiana. Um desses locais foi o Parque São Cristóvão, que fica no bairro de mesmo nome. Moradores usaram geladeiras e um caiaque para se locomover pelas ruas inundadas.

Na Rua Norte II, o nível da água chegou na cintura dos adultos e no pescoço de crianças. A população relatou que o local tem problemas de drenagem e, toda vez que chove, alaga. Além disso, um pequeno rio corta o bairro, e sempre transborda quando há um grande volume de chuva.

Identificado apenas como Danilo, um morador usou um caiaque para conseguir chegar em um mercado.

“Minha casa está toda alagada, eu perdi tudo. Moro aqui há mais de 15 anos e é sempre isso aqui. Estou usando o caiaque para me locomover até o mercado, para comprar alguma coisa para comer. E teve muitos prejuízos para os comerciantes também, a gente fica sentido”.

Outra moradora, a Daniela, contou que este é o terceiro ano consecutivo em que ela perde vários móveis.

“Eu estava trabalhando, vim do trabalho correndo e já encontrei tudo assim. Não deu tempo de tirar nada. Eu liguei para os vizinhos me socorrerem e eles conseguiram tirar algumas coisas. Nem trabalhar eu consegui hoje. Eu moro com minha filha adolescente, que está dormindo na casa do vizinho, por causa dessa situação. Meu rack está perdido, porque mesmo suspendendo [elevando a altura] ele molhou. A cômoda do quarto, está tudo perdido. Tem imóvel que eu comprei e ainda nem paguei”.

Um vizinho de Daniela, o Antônio, contou que teve dificuldades para elevar a altura dos móveis, porque está se recuperando de uma cirurgia.

“Estou operado e sem poder andar direito. Tive que colocar todas as coisas aqui para cima. Meu carro encheu de água, tá cheio de água dentro do carro”.

A situação se repetiu com vários moradores do bairro. Elane Nascimento, por exemplo, só conseguiu salvar a televisão.

“Minha casa está cheia de água, eu tive que levar meu filho para ficar com o pai. No momento eu perdi geladeira, minha televisão eu consegui salvar, pedir fogão. Perdi tudo”.

Ocorrências

A Defesa Civil (Codesal) está de plantão para atender demandas relacionadas à chuva. O órgão pode ser acionado a qualquer momento por meio do 199, gratuitamente. Até as 13h45 desta quinta, 191 ocorrências foram registradas. São elas:

Deslizamento de terra: 36
Desabamento parcial: 8
Desabamento de muro: 5
Desabamento de imóvel: 1
Ameaça de desabamento: 33
Ameaça de desabamento de muro: 3
Ameaça de deslizamento: 20
Árvore ameaçando cair: 12
Árvore caída: 1
Avaliação da área: 5
Avaliação de imóvel alagado: 51
Infiltração: 12
Destelhamento: 2
Pista rompida: 1
Orientação técnica: 1

Nas últimas 96 horas, a Codesal recebeu 1.285 solicitações. Entre os dias 1º e 10h desta quinta, já choveu 353,2 mm, 24% a mais do que a média histórica para o mês, que é de 284,9 mm. Os bairros que tiveram maior volume pluviométrico nas últimas 72 horas são: Mirantes de Periperi, Periperi, Ondina, Federação e Centro.

Ainda conforme o órgão, Salvador tem 400 áreas de risco, onde estão mais de mil pontos de perigo, sendo as mais complicadas nos bairros de São Caetano, Bom Juá, Castelo Branco. Além disso, são 11 sirenes de alerta de evacuação, instaladas em 10 comunidades. Esses equipamentos já soaram nove vezes em oito bairros, somente esta semana e fizeram com que quase 300 pessoas deixassem suas casas. Atualmente, são 240 desabrigados na capital baiana.

Fonte: G1

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