Quase treze anos depois, acusado de matar advogado por engano vai a júri popular

Alagoas 24 Horas

O réu Antônio Wendell de Melo Guarniere teve o julgamento marcado para o próximo mês quase treze anos após ter assassinado o advogado Nudson Harley Mares de Freitas, no bairro da Mangabeiras em julho de 2009. A informação sobre o Júri Popular do acusado foi divulgada nesta terça-feira, 26, no Diário de Justiça Eletrônico.

No documento, o juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal, informou que o julgamento do acusado teria início às 8 h do dia 31 de maio deste ano.

Hoje, o processo corre em segredo de justiça, mas ao longo dos anos, teve diversos desdobramentos. No dia 23 de julho, o advogado mineiro Nudson Harley falava em um telefone público, na Avenida João Davino, em Mangabeiras, quando foi atingido por vários disparos de arma de fogo. Dias depois,  a informação de que a vítima tinha sido morta por engano veio à tona após a promotora Marluce Falcão confirmar, em entrevista coletiva, que Antonio Wendel Guarnieri, envolvido no caso Gil Bolinha, teria afirmado que foi contratado por R$ 20 mil para executar uma autoridade alagoana.

Naquele ano, o delegado Paulo Cerqueira, que havia sido chefe da Divisão Especial de Investigações e subsecretário de Defesa Social, disse que “a possibilidade era remota e que a PC já tinha o nome de um suspeito”. Apesar disso, o inquérito foi concluído sem autoria.

Abril de 2021, a morte do advogado Nudson Harley Mares de Freitas voltou a chamar a atenção após o vazamento de informações contidas em um inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar o mandante do assassinato.

O nome de Paulo Cerqueira – ex-delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas – foi citado, só que desta vez como indiciado pela morte do advogado.

As investigações apontam que o cabo da Polícia Militar, Natan Simeão Lira, teria contratado – a mando de Cerqueira – os autores materiais, dentre eles Antônio Wendel Guarnieri. Este confirmou à PF que a intenção era executar o magistrado Marcelo Tadeu.

Consta também no inquérito que Cerqueira passou a desvirtuar as investigações de propósito. O delegado teria pago todas as despesas de Antônio Wendel com recursos próprios. Além disso, teria dado um celular ao acusado, que era monitorado pela Deic.

Alguns diálogos entre os acusados, Antônio Wendel e Valdir Pitbull foram interceptados. Em um deles, os acusados conversam sobre a dinâmica do crime. Wendel combinava quem pilotaria a moto enquanto o comparsa atiraria na vítima. Nas investigações da PF, constam extratos telefônicos que foram retirados e sonegados dos autos por parte da PC.

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