A manhã dessa terça-feira (3) foi um marco para o nascimento de uma liga independente no futebol brasileiro. Em reunião em um hotel em São Paulo, que contou com representantes dos principais clubes do Brasil, o martelo foi batido para a criação da “Libra”, nome escolhido para a organização.
Houve aceitação dos presidedentes de cada time, embora apenas oito clubes tenham assinado o documento de criação: Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e Ponte Preta.
Não houve oposição de nenhum time à liga em si. Muitos clubes, contudo, não aceitaram assinar o documento nesta terça por dependerem da aprovação de seus conselhos para avançar com o tema. Já o Athletico-PR foi voz dissonante em relação a alguns detalhes sobre o futuro da Libra.
Assim que todos os clubes assinarem a criação, a liga será lançada em evento solene na CBF. A expectativa é de que isso aconteça no dia 12 de maio.
Em contato com a reportagem da ESPN, o presidente do Santos, Andrés Rueda, foi um dos que confirmou o acordo entre os presentes para a criação da liga. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também não escondeu a felicidade com a reunião desta manhã.
“Está criada a liga. É um passo importante para o futebol brasileiro. Essas reuniões (entre presidentes de clubes) são importantes para definirmos os objetivos. Finalmente foi criada, é o futuro do futebol. Estou feliz e muito animada com a união”.
Por outro lado, Mario Celso Petraglia foi a oposição durante o encontro. O presidente do Athletico-PR criticou alguns pontos e atacou os chamados “clubes de massa”.
“Fomos surpreendidos com a pauta da reunião, pontos que não concordamos. São poucos, facilmente chegaremos lá. Mas houve inversão de objetivos, não se discutiu nada. Vieram com estatutos prontos, onde os seis assinariam e quem quisesse assinar ficasse à vontade. Nem estudei o estatuto (risos). Nós recebemos uma proposta com itens de divisão de valores, Série A, Série B, pesos. Série B nem foi convidada. A vaidade dos clubes com grandes torcidas é imensa. Eles querem ser donos do futebol brasileiro”, disparou Petraglia, para completar.
“Não vou levar meu clube no fim da minha caminhada com uma liga que não esteja de acordo com aquilo que penso para o futebol. Prefiro renunciar do que assinar algo contra os meus princípios. Começando mal, jamais será mudado”, finalizou.
“A liga não necessariamente significa de fato ser a entidade responsável pelo Brasileirão. O nome de Libra dado para a liga pressupõe uma tentativa de unir os dois grupos que hoje estão separados. O signo de libra, representado pela balança da Justiça, tenta mostrar que há uma ponderação dentro da entidade que está prestes a nascer”, escreveu o blogueiro.
Como era a divisão antes da reunião?
A reunião foi marcada pelo grupo Clube dos 6. Ele é formado por Flamengo e os cinco times paulistas na Série A: Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo.
O outro grupo é o Forte Futebol, movimento criado no ano passado reunindo dez equipes: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.
Nos últimos meses eles ganharam a companhia de Atlético-MG e Fluminense. O clube mineiro, inclusive, tomou a dianteira nas interlocuções com o Clube dos 6.