A Polícia Federal deflagrou nesta quinta, 19, a segunda fase da operação Urihi Wapopë, contra grupo investigado por garimpo ilegal na terra indígena Yanomami, em Roraima. A organização criminosa extrairia minérios como ouro e cassiterita. A primeira fase da operação ocorreu em outubro de 2021.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª vara Federal Criminal, na residência de quatro investigados. As investigações da operação de hoje indicam que o grupo criminoso ligado a uma empresa de táxi aéreo e a outra empresa de poços artesianos possuem por volta de 20 helicópteros, destinados ao transporte do minério extraído ilegalmente, além de combustível, pessoas e equipamentos até as áreas de garimpo.
Segundo a investigação, o grupo teria movimentado cerca de R$ 200 milhões, e além do garimpo em terras indígenas, o que não é permitido pela lei, estaria ocultando patrimônio por meio da transferência de bens a terceiros e promovendo a remessa de dinheiro para o exterior com uso de falsa identidade ou por meio de operação de câmbio não autorizada.
As investigações apontam que o grupo criminoso teria ainda criado uma empresa fantasma objetivando ocultar sua movimentação financeira ilícita. Na primeira fase da operação, a PF identificou grande quantidade de combustível, equipamentos para máquinas de garimpo e fardos de alimentos com nomes escritos à mão, além de coordenadas de pontos de mineração.
O nome da operação, Urihi Wapopë, significa “comedores de terra”, em alusão ao nome usado pelos povos Yanomami para se referirem aos garimpeiros, que invadem suas terras e destroem as áreas de floresta, próximas aos rios, em busca de minério.