Um laudo do Instituto Médico Legal apontou a presença de quatro “grânulos esféricos”, com uma cor que pode variar entre “azul escuro e preto”, no corpo do estudante Bruno Cabral, de 16 anos. A descoberta, segundo a Polícia Civil, pode indicar que ele foi contaminado com “chumbinho”.
O exame, no entanto, não detectou a presença do veneno em si. Os grânulos, utilizados para conter a substância, foram encontrados depois da análise do material gástrico retirado do jovem, que teria sido envenenado pela madrasta, Cíntia Mariano.
Ela está presa, acusada de ter cometido o crime contra Bruno e outra enteada, Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, que morreu no dia 28 de março.
Segundo a assessora técnica da Secretaria de Polícia Civil, a perita Denise Rivera, não foi encontrada a substância no material gástrico analisado, já que a substância se degrada rapidamente dentro dos grânulos, que servem de suporte para colocar o veneno.
“Os sintomas apresentados pela vítima, somados à presença dos grânulos, são indícios de envenenamento por chumbinho”, afirmou ela.
Cintia Mariano: suspeita de envenenar os dois enteados — Foto: Reprodução
Estado de saúde
A mãe de Bruno, Jane Cabral, postou em uma rede social que o filho está se recuperando após tudo que aconteceu, e fez exames pós-entubação.
“Perdão pela preocupação. O Bruno ainda se sente fraco, cansado, mas está bem. Ele está fazendo exames pós-intubação para saber se não ficou nenhuma sequela, para saber se o organismo está trabalhando direitinho. Ele fez exame de sangue, laboratoriais, depois vai fazer uma ultra e passar pelo cardiologista. É mais para despreocupar. Muito obrigada pelas orações, pela preocupação. Estamos bem e vivendo um dia de cada vez”, postou Jane em uma rede social após ter mostrado o filho tirando sangue.
Em entrevista, Bruno disse que sentiu que havia algo errado.
“Quando ela ficou toda nervosa, desesperada, pegando meu prato, eu já sabia que tinha algo errado. Ela pegou meu prato, retirou as bolinhas que eu cheguei a separar e botou mais feijão”, lembra ele.
Ele refere-se ao comportamento de Cíntia Mariano, de 49 anos, sua madrasta e que serviu o tal almoço.
Bruno comeu pouco, mas ainda assim passou mal e precisou ficar cinco dias hospitalizado. Ele apresentou os mesmos sintomas da irmã.
“Os sintomas eram iguais: a tonteira, ele molhado de suor e, logo depois, já não conseguia mais falar. Pediu água com a língua enrolando e dali foi que eu me alertei. Já estava entendendo o que tinha acontecido com a Fernanda”, relembra a mãe do jovem, Jane Cabral.