A empresária e socialite Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, acusada de mandar matar o namorado em 2021, morreu neste último final de semana devido a problemas decorrentes de um câncer no cérebro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo UOL. O g1 confirmou a morte dela com o advogado Celso Sanchez Vilardi.
Anne morreu em casa, perto da família, segundo Vilardi. Em novembro, ela havia sido operada para a retirada de um tumor cerebral no Hospital Albert Einstein, segundo sua defesa. E desde então, a pedido de seus advogados, a Justiça havia concedido a ela a prisão domiciliar para tratar da doença. Antes, ela estava detida em um presídio.
Após isso, a juíza decide se há indícios suficientes de crime para marcar uma data para o julgamento. Sete jurados decidiriam então se absolvem ou condenam quem for julgado. Em caso de condenação, a pena poderia ultrapassar 30 anos de prisão.
Prisão domiciliar
Anne estava presa preventivamente desde 18 de agosto de 2021. Chegou a ficar detida até 2 de outubro na Penitenciária Feminina de Sant’Anna, na Zona Norte de São Paulo. Depois foi internada no Hospital Albert Einstein.
Segundo a defesa da empresária, ela ficou algemada num quarto do hospital sob escolta de agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A necessidade de tratamento médico contra a doença e as condições da prisão de Anne fizeram seu advogado entrar com pedido à Justiça para que ela ficasse presa em casa. Solicitação que depois foi atendida pela juíza.
Confissão
Carlos confessou à Polícia Civil ter atirado nas costas de Vitor durante visita a um imóvel que o casal estava planejando comprar. Ele ainda acusou Anne de tê-lo contratado para cometer o crime. Segundo o corretor, a empresária alegou que queria que o namorado fosse morto porque ele a traía com outras mulheres.
Anne negou à polícia que tenha contratado Carlos e disse que ele teria confessado que cometeu o crime por sentir atração por ela.
Além de Carlos, o motoboy Leandro é acusado pelo MP de ter ajudado o corretor a esconder o corpo de Vitor, mas responde em liberdade por ocultação de cadáver.
O g1 não conseguiu localizar as defesas de Carlos e Leandro para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.
Provas do crime
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público, além da confissão do corretor, vídeos de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas que relatam que a empresária e o segurança discutiam e trocas de mensagens de celular entre os investigados e parentes da vítima comprovam a participação de ambos no crime.
Os celulares dos acusados foram apreendidos. Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos usou o celular da vítima para trocar mensagens com a empresária. O corretor também teria se passado por Vitor após seu assassinato, respondendo recados dos parentes dele.
No carro de Carlos foi encontrada a cápsula de uma arma que pode ter sido usada para matar Vitor.