A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) corre o risco de fechar as portas a partir de outubro.
Aulas presenciais, estudos relacionados a varíola do macaco e Covid-19, além do funcionamento de unidades de saúde, podem ser interrompidos como consequências do corte de verbas anunciado pelo governo federal para as instituições de ensino superior de todo país.
Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15), a reitora da instituição, Denise Pires de Carvalho, afirmou que a universidade não terá como pagar as contas de água e luz, além de manter serviços de limpeza e segurança a partir de outubro.
“Os cortes são muito graves. O que foi feito coloca em risco o futuro das próximas gerações. Essas ações vão ter impacto para nossos filhos e netos”, disse a reitora.
“Dentro de dois meses não teremos como pagar as contas de água e luz. Isso afeta diretamente o funcionamento dos nossos laboratórios, por exemplo”, completou Denise Carvalho.
Corte em universidades
O Ministério da Educação cortou 14,5% das verbas de todas as universidades federais brasileiras. Alunos que dependem de assistência estudantil também estão preocupados.
A União alega que o contingenciamento foi feito para garantir que o teto de gastos do governo federal seja cumprido. A medida limita o crescimento de despesas públicas.
Segundo a UFRJ, o orçamento mínimo para esse ano deveria girar em torno de R$ 400 milhões. Com os cortes anunciados pelo Ministério da Educação, a UFRJ pode receber apenas R$ 305 milhões.
“É um orçamento muito longe do que a UFRJ precisa. Lembrando que, na discussão do orçamento do ano passado, a UFRJ reivindicava, pelo menos, o orçamento de 2019 corrigido pela inflação”, comentou Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças.
Representantes da instituição explicaram que o orçamento era de cerca de 374 milhões, quando o mínimo obrigatório para a UFRJ seria entre R$ 390 e R$ 400 milhões para o funcionamento adequado.
“Estamos, provavelmente, ficando com o orçamento com quase R$ 100 milhões abaixo disso. Isso trará consequências para o funcionamento da universidade”, acrescentou Raupp.