Anualmente, no dia 20 de junho se comemora o Dia Nacional da Advocacia Trabalhista. A data homenageia a fundação da primeira entidade da categoria no país, a Associação Carioca de Advogados Trabalhistas (Acat), fundada em 1963.
O Direito é uma das profissões mais antigas e se estende por várias áreas de atuação, primando pelo bem-estar social e o respeito às leis, evitando que injustiças aconteçam. “O direito de trabalho não é tão somente apenas sobre relação entre o empregador e empregados, mas envolve aí também um leque de outras áreas que não necessariamente são do Direito”, explica o advogado Gustavo Góis, 33 anos. Ele lembra, ainda, que ao advogar nesse segmento os profissionais devem estar por dentro de questões que envolvam áreas como segurança do trabalho, direito sanitário e outras aptidões.
Com as experiências nos estudos e nesses mais de 10 anos de advocacia, hoje Gustavo possui um escritório próprio, o Góis & Sousa Advogados, que tem forte atuação na questão trabalhista. “O que me levou por esse caminho, sem dúvidas, foram essas oportunidades da vida, mas, também, desse meu gostar de organizar as empresas e querer ser sempre justo. Eu acho que o direito em si, além do direito do trabalho traz muito isso”, relembra.
Para ele, ser advogado trabalhista é possuir uma visão social e inseri-la em suas atividades do dia a dia. “É o profissional que preza pelas relações sociais e tem esse olhar sobre como a sociedade é formatada. Uma sociedade que, querendo ou não, tem um sistema de hierarquia e que pode culminar aí em maior ou menor desigualdade social. Então, nós atuamos para que haja maior nível de justiça entre empregador e empregado”, defende ele.
Desafios e mudanças na profissão
Como as demais profissões, a área trabalhista vem passando por constantes modificações ao longo dos anos. A pandemia, no entanto, mudou de forma abrupta a rotina dessa categoria que, constantemente, precisava se adaptar a um novo decreto que dizia respeito à saúde financeira do país. “A todo instante durante a pandemia houve diversas medidas provisórias, decretos e portarias para regulamentar a situação das relações sociais e de trabalho diante da pandemia. Então, os advogados trabalhistas foram de suma importância nesse período para traduzir essas questões para a sociedade”, afirma Gustavo.
Formado pela Universidade Católica do Salvador, com LL.M. ( o equivalente a um mestrado) em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), pós-graduação em Processo Civil, pela Universidade Federal da Bahia, e Direito Digital e Compliance, pela Faculdade Damásio, Gustavo deixa como conselho para os novos advogados que virão os estudos e a constante atualização na área que almejam seguir.
“O direito do trabalho é extremamente dinâmico e as relações sociais mudam dia após dia. Então não dá para o advogado trabalhista, e que qualquer advogado, não tenha esse pensamento de sempre estar estudando”, aconselha. Outra dica, dada por Gustavo, é acompanhar a rotina de outros profissionais para ver, na prática, como funciona a atividade, além de já se familiarizar com o jogo de cintura que a profissão pede.
Gustavo finaliza lembrando aos futuros advogados que a advocacia, além da trabalhista, em si é um trabalho que requer resiliência, para se adaptar às constantes mudanças da profissão, e paciência. “Para advogar, você tem que entender que é um sistema que você planta hoje para colher daqui a três quatro cinco anos. Então é uma lavoura de longo ou médio prazo, então um advogado tem que ter aquela paciência para entender isso e seguir se especializando sempre”, conclui o profissional.