Com o quadro de saúde considerado estável, a motorista por aplicativo, Alayne da Silva Oliveira, 28 anos, que foi baleada durante um assalto, pode ser ouvida ainda nesta terça-feira, 21, pelo delegado Sidney Tenório, da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic).
“A expectativa é que ainda hoje à tarde Alayne acorde. Ela ainda está em coma induzido até esta manhã, mas a informação é de que estava se recuperando e pode ser que agora à tarde ela possa falar. Caso acorde, a gente deve ouvi-la, informalmente, bem como vamos fazer outras diligências, indo aos locais e buscando novas câmeras”, informou Sidney Tenório à TV Pajuçara.
Nesta manhã, o noivo de Alayne da Silva esteve na Deic e prestou esclarecimentos sobre o caso. “Queríamos saber qual a dinâmica da noite do domingo, 19, desde a abordagem até o momento em que ela foi encontrada. Precisava que a gente oficializasse isso. Ele, que também é motorista por aplicativo, conta que o casal tinha a rotina de proteção com compartilhamento de localização. Então, ontem, esta mulher entrou no veículo de Alayne e seguiu para a região do Caetés, no Benedito Bentes, foi quando a motorista parou de compartilhar a localização pelo WhatsApp”, contou o delegado.
Sobre as pessoas presas por assaltos a motoristas por aplicativo em Maceió, Sidney Tenório ressaltou que ainda é prematuro ligá-los ao caso de Alayne. “São quatro pessoas presas na região do Village Campestre. Já estávamos investigando as ações do sábado para o domingo com jovens realizando assaltos, inclusive com mulheres. Dois motoristas por aplicativo, que foram vítimas no sábado, reconheceram dois jovens presos. Tudo ainda é prematuro, inclusive dizer que foram eles que cometeram o assalto da Alayne. O modus operandi é parecido, mas o emprego da violência contra a Alayne chamou a atenção. É por isso que não descartamos outras linhas de investigação”.
Durante os depoimentos, os acusados negam participação nos crimes. “Eles negam que cometeram os assaltos. Mas os motoristas têm 100% de certeza sobre a participação de um deles. Inclusive, dizem que ele seria o responsável para colocá-los nas malas dos veículos e abandoná-los na parte alta da cidade. Temos que saber da Alayne o que desencadeou para esta violência”, disse o delegado.
Na madrugada de ontem, Alayne da Silva foi encontrada em um canavial do Complexo Benedito Bentes amarrada e com marcas de tiros na cabeça e no tórax. Segundo dados policiais, a motorista conduzia o veículo Ford Ka prata, de placa FVT1A18, quando deixou de responder a contato de familiares. A vítima teria informado o marido que iria levar uma passageira e iria encontrá-lo por volta das 22h para fazer um lanche, mas desapareceu. A motorista trabalhava apenas transportando mulheres.
A empresa e o seguro foram acionados e passaram a rastrear o veículo, que foi encontrado no bairro do Vergel do Lago, na região sul da capital. Dezenas de motoristas se mobilizaram, então, com o apoio da Polícia Militar, para tentar localizar a jovem.
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