Em um movimento incomum na guerra da Ucrânia, a Rússia disparou mísseis contra a capital do país, Kiev, neste domingo (28).
Ao menos quatro explosões foram registradas no centro de Kiev no início da manhã, e outras duas foram ouvidas na periferia do sul da cidade.
O prefeito da cidade, Vitali Klitschko, afirmou que ao menos dois prédios foram atingidos, e o ministro da Cultura do país, Oleksandr Tkachenko, disse que um jardim de infância também foi alvo de um dos mísseis. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, segundo o governo ucraniano.
O ataque é inédito desde março. Naquele mês, após uma rodada de negociações por um acordo de paz entre as duas partes, a Rússia concordou em retirar suas tropas da capital ucraniana e passou a concentrar os ataques no leste e no sul do país.
Desde então, especialistas avaliam que o governo russo iniciou uma nova fase da guerra, centrada em conquistar, em vez de o país inteiro, cidades consideradas estratégicas para Moscou, como Mariupol, no sul, e as da região do Donbass, no leste, formando assim um corredor de dominação desde a fronteira entre os dois países, no leste, até a saída para o mar Negro, no sul.
O ataque a Kiev deste domingo, portanto, pode significar uma mudança nos planos da Rússia no país vizinho. Especialistas já apontavam que o presidente russo, Vladimir Putin, prepara sua economia e suas tropas para uma guerra longa, que pode durar ao menos até o fim do ano, mas sempre focada em bolsões estratégicos e longe da capital ucraniana.
Outros ataques
Além da capital ucraniana, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que seu país bombardeou, com artilharia de alta precisão, centros de treinamentos do Exército ucraniano nas cidades de Lviv, bem perto da fronteira com a Polônia, Chernihiv, no norte, e Zhytomyr, que fica entre Kiev e Lviv.