A crise econômica, primeiramente gerada pela pandemia e com efeitos globais, ainda está sem horizonte de finalização para alguns analistas. Aqui no Brasil é simples percebê-lo nos incrementos dos preços da maioria dos produtos e serviços.
Os números oficiais o refletem: de acordo com o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) o incremento acumulado da inflação dos últimos 12 meses -medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo- é de quase 12%.
Obviamente, os mais prejudicados com esses efeitos são os setores mais vulneráveis; trabalhadores informais ou famílias com ingressos baixos. O principal problema, nesses casos, é que a maioria das pessoas que passam por essas situações estão com pouco dinheiro para cobrir o orçamento diário, e sem possibilidades de criar novas fontes de ingressos.
São muitos que utilizam as opções de financiamento para tentar obter um dinheiro extra: de acordo com a pesquisa PEIC (Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,7% das famílias brasileiras estão endividadas, ou seja, 7 de cada 10 lares registra algum tipo de dívida.
Àquele panorama, é preciso adicionar que muitas regiões viram agravadas as suas situações por fenômenos climáticos como as fortes chuvas que danificaram milhares de pessoas ao longo do país.
Com o intuito de dar um fôlego na carteira, o Governo Federal vem anunciando certas políticas de ajuda. Assim, esse mês foi anunciada a criação de uma linha de empréstimo pessoal especialmente direcionado para os beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada). A principal novidade? Esse crédito será outorgado sem cobrança de juros na devolução do valor.
É importante levar em conta que, segundo o comunicado pelo próprio Presidente, essa modalidade de financiamento apenas seria liberada para os moradores dos municípios e regiões fortemente afetadas pelos últimos deslizamentos e chuvas.
Condições do BPC
O BPC é uma prestação que faz parte do sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que garante a entrega de uma soma de dinheiro equivalente a um salário mínimo. O benefício é entregue a idosos com idade igual ou superior a 65 anos, ou a pessoas com deficiência, sejam da idade que for, sempre que aquela deficiência lhe causem impedimento que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade.
Além do anterior, para ter direito ao BPC, é preciso que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que ¼ do salário mínimo. Fora disso, não é preciso demonstrar ter contribuído certa quantidade de anos para o INSS. Isso porque o Benefício de Prestação Continuada não é aposentadoria. Portanto, a pessoa que atingir essa idade e os níveis de baixa renda pode acessar, mas sabendo que não terá condições como o pagamento do 13° salário e não irá deixar pensão por morte, como sim acontece no caso dos benefícios previdenciários.
