Mulher assassinada ao ir visitar os filhos tinha medida protetiva contra ex

Sobrinha de Letícia Dias contou ao g1 que Flávio Fonseca batia e ameaçava a tia para reatar relacionamento. Vítima chegou a se mudar, mas não adiantou.

Rio de Janeiro – Letícia Dias Santana, de 27 anos, sabia que estava correndo perigo após terminar seu relacionamento com Flávio Fonseca, de 36 anos, seu ex-companheiro. A afirmação é da sobrinha da mulher, que foi morta a golpes de arma branca na terça-feira (26), em Piratininga, Niterói. O principal suspeito é Flávio, que está foragido.

Segundo a sobrinha, Khayane Fernandes, de 18 anos, as brigas entre os dois eram constantes, Flávio batia em Letícia que, há dois meses, decidiu se separar.

Para fugir de vez do ex-companheiro violento, ela pediu uma medida protetiva e se mudou de Piratinga para Itaipu, também em Niterói.

“Ele batia nela, não deixava ela fazer nada e ela sempre fazia registro de ocorrência na delegacia, mas não adiantava nada. Ela pediu medida protetiva quando ele derrubou ela no chão na frente das crianças. Elas sempre viram tudo”, contou Khayane.

A Polícia Militar confirmou que desde o dia 28 de junho, “data em que a medida protetiva para a senhora Letícia Dias foi expedida pela Justiça, as equipes da Patrulha Maria da Penha do 12º BPM (Niterói) tentaram achar Letícia, mas jamais conseguiram fazer contato pessoal com a vítima.”

Família acha que crime foi premeditado

A jovem relata ainda que Flávio foi atrás de Letícia no novo endereço com a desculpa de ver os dois filhos do casal, mas sempre arrumava briga durante as visitas.

“Ele ia com a desculpa de que ia ver as crianças, comprar bala. Mas na hora de entregar sempre arrumava briga. Dizia que se ela não ficasse com ele, não iria ficar cm mais ninguém”, conta a sobrinha.
Khayane também disse que Flávio não se intimidava com as denúncias de violência na delegacia, nem com a medida protetiva. Ele, inclusive, conseguiu a guarda dos dois filhos, de 3 e 5 anos, alegando que Letícia batia nas crianças.

Vítima foi ver os filhos

Esse foi o motivo dela estar em Piratininga na terça-feira (26), quando morreu. Ela tinha ido ver os filhos.

“A gente acha que foi tudo planejado por ele. Ele falou que era para ela pegar as crianças, mas chegou lá, ele não deu, começou a bater nela e depois matou”, contou Khayane, acrescentando ainda que as crianças estão com a avó paterna e não viram a mãe ser morta.
Letícia era mãe ainda de um menino de 10 anos, fruto de um relacionamento anterior, e que está com um tio paterno. Segundo ela, as crianças ainda não sabem do que houve com a mãe.

“Tudo o que a gente quer é Justiça, que ele pague pelo que fez, que a polícia pegue logo ele. Temos certeza que a família dele está acoitando e tivemos informações que ele está escondido para o lado da Lagoa de Piratininga”, disse.

O enterro de Letícia Dias acontece nesta quarta-feira (27), no cemitério São Francisco, em Niterói.

A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) investiga o caso e realiza diligências para encontrar o autor do crime.

O caso

Policiais militares do 12º BPM (Niterói) foram acionados na terça-feira (26) para atender ocorrência de encontro de cadáver no bairro Piratininga, em Niterói.

Letícia Dias tinha ido ver os filhos na casa do ex-companheiro, quando começou uma briga. Flávio a agrediu, Letícia saiu correndo e, segundo testemunhas, Flávio Fonseca seguiu a vítima e a golpeou com uma arma branca na altura do pescoço. Letícia tentou pedir ajuda na Associação Moradores Amigos Beira Lagoa Piratininga (Amorbela), mas acabou não resistindo e morrendo no local.

Feminicídio no Rio

Na manhã da terça-feira (26), Sarah Pereira, de 24 anos, também foi morta a tiros pelo ex-companheiro. Ele invadiu a casa da ex, no Centro do Rio, e matou a mulher com 16 tiros.

Queven da Silva e Silva, que tem 47 passagens na polícia, foi preso na sequência e confessou o crime.

 

 

 

Fonte: G1

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