Recife – Imagens de câmeras de segurança de um elevador registraram os últimos momentos de vida da administradora Renata Alves Costa, de 35 anos, vítima de feminicídio dentro do apartamento em que morava, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife. O principal suspeito, segundo a Polícia Civil, é o namorado dela.
De acordo com parentes, se trata de João Raimundo Vieira da Silva de Araújo, que também aparece nas imagens subindo com a vítima e, depois, indo embora sozinho do prédio (veja vídeo acima). O crime ocorreu no Edifício Sítio Jardins. Quando questionada sobre a identidade do suspeito, a Polícia Civil não responde às solicitações.
João Raimundo Vieira da Silva de Araújo cumpria prisão domiciliar por ter sido preso em 2019, após se entregar à polícia, 13 dias depois de agredir a ex-esposa e balear dois funcionários de um hotel em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Ele usava tornozeleira eletrônica, mas, segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), rompeu o equipamento no sábado (6), dia em que a polícia acredita ter ocorrido o crime. Um tio da vítima disse que uma pistola com numeração raspada foi achada no guarda-roupa.
As imagens mostram, às 17h07, Renata de blusa amarela, entrando com o namorado no elevador. João Raimundo está vestido de preto, com óculos escuros. Havia outras pessoas dentro do equipamento. Testemunhas disseram que, à tarde, eles foram vistos num bar próximo da casa de Renata.
Alguns segundos depois, a porta se abre e uma mulher desce. João Raimundo se vira para apertar novamente o botão do elevador. Renata segura o braço dele e aperta outro botão, para que a porta se feche.
Em seguida, o elevador chega ao 16º andar, que era onde Renata morava. Eles descem e outras pessoas que estavam no local também saem.
Outro vídeo mostra João Raimundo saindo sozinho, no estacionamento do prédio. Ele entra no carro e sai com o veículo. O registro foi feito às 20h20, por outra câmera de segurança. Segundo o síndico do Edifício Sítio Jardins, o homem “saiu muito calmo do prédio”.
O crime
O corpo de Renata foi achado com um tiro na testa, no domingo (7). Segundo os amigos da vítima, ela mantinha um relacionamento recente com o suspeito. À família, ela dizia que ele era “apenas um ficante”, mas, segundo o tio dela, o homem estaria morando no apartamento dela.
O síndico do prédio contou que subiu até o 16º andar, onde Renata morava. O cachorro latia muito e, ao ligar para o telefone da vítima, escutaram o toque do outro lado da porta. O síndico também contou que o suspeito saiu calmo do prédio, segundo as imagens das câmeras de segurança.