Um grupo de motoristas de aplicativos se reuniram na tarde desta quinta-feira, 25, com representantes do Ministério Público de Alagoas e da Secretaria de Segurança Pública.
A reunião teve o objetivo de discutir possíveis soluções para viabilizar a segurança dos prestadores de serviço em Alagoas após os recorrentes casos de violência que resultou inclusive em morte.
De acordo com a assessoria do MPE/AL, teriam sido apresentadas, pelos motoristas, alternativas de atuações preventivas e repressivas, como botão de pânico, câmeras dentro dos veículos com reconhecimento facial, além da solicitação de certidões de nada consta aos passageiros no momento da chamada do veículo.
O MPE apresentou aos motoristas que às plataformas que formalizem um termo de cooperação com o PLID, o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do MPAL. “Quando nós somos acionados, naquele mesmo momento já mobilizamos toda a rede conveniada, a exemplo das Polícias Militar e Civil e hospitais, de maneira sejam adotadas medidas urgentes para tentar localizar a vítima. Portanto, pensando na proteção dos motoristas, as empresas poderiam criar uma ferramenta para nos acionar assim que suspeitar de algo”, explicou a promotora de Justiça Marluce Falcão, coordenadora do PLID e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos do Ministério Público.
Uma nova reunião foi marcada para às 14h do dia 14 de setembro, para que as autoridades discutam, de forma presencial, com técnicos das plataformas essas novas medidas a serem implementadas.
Medidas de repressão
A promotora de Justiça Mirya Ferro reforçou que, tão logo os casos violentos chegam ao Ministério Público, já são adotadas as medidas em busca de reprimir as agressões e da responsabilização dos acusados. “Se fortalecermos essa rede de atuação, com todos os atores envolvidos agindo rapidamente, cada um dentro da sua esfera de trabalho, poderemos punir, dentro dos rigores da lei, os criminosos responsáveis pelos ataques aos motoristas. Tenham a certeza que o Ministério Público estará sempre ao lado do cidadão, do trabalhador, jamais em favor do autor do delito”, disse ela ao se solidarizar com a família de Amanda Pereira Santos Silva, motorista assinada no último dia 16, após aceitar uma corrida.
Os pais da vítima, Valdici dos Santos e Adail Pereira Santos, que estavam presentes à reunião, pediram justiça pela morte da filha. “Eu falei tanto para ela não ser motorista de aplicativo, mas a minha menina não tinha medo de trabalho. E da mesma forma que ela perdeu a vida enquanto trabalhava, outros tantos também podem ter esse destino trágico. Imploro que as empresas adotem mecanismos que deem mais segurança aos motoristas e que as autoridades punam os assassinos”, desabafou Adail.
Um novo encontro foi agendado para o dia 14 de setembro, também na sede das Promotorias de Justiça da capital, no Barro Duro. Dessa vez, ele reunirá técnicos da área de segurança e tecnologia dos aplicativos que, na reunião de hoje, estavam representados por advogados da Uber, do 99, da InDrive e da Vapt-vupt.
Os debates desta quinta-feira fizeram parte das atividades do Fórum Interinstitucional de Políticas de Segurança Pública e reuniram, além do MPAL, Polícia Militar, Polícia Civil, as plataformas e motoristas de aplicativos.