No próximo dia 2 de outubro, milhões de brasileiros vão às urnas para escolher seus candidatos aos cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Como já virou tradição na política brasileira, vários ex-atletas ou pessoas ligadas ao esporte estarão na disputa por postos públicos. Mais uma vez, o herói do tetra da seleção brasileira de futebol, Romário (PL), encabeça a lista dos nomes mais conhecidos.
Senador da República pelo Rio de Janeiro, o “Baixinho” tenta a reeleição e ocupa a liderança nas principais pesquisas de intenção de voto. O antigo artilheiro, no entanto, não é o único do meio do futebol que tenta angariar votos dos cariocas.
Seu ex-companheiro Bebeto (PSD), que também brilhou na Copa do Mundo de 1994, é atual deputado estadual e vai tentar uma das vagas na Câmara. Ainda no esporte mais popular do país, treinadores conhecidos, como Joel Santana e Gilson Kleina, também tentam ingressar no Legislativo. Vanderlei Luxemburgo, vale lembrar, retirou sua candidatura ao Senado de Tocantins após ser substituído pelo presidente regional do PSB – indignado, o professor classificou a decisão da sigla como uma “postura ditatorial e rasteira”.
Já Maurício Souza (vôlei), Wanderlei Silva (MMA) e Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo) são outras figuras que surgem como destaque nas eleições de 2022. Abaixo, confira algumas personalidades do meio esportivo que vão concorrer neste ano.
Romário
O “Baixinho” não é uma novidade na política brasileira. Eleito deputado federal em 2010, sendo o mais votado entre os candidatos do Rio de Janeiro, Romário assumiu o cargo de senador da República na eleição seguinte, em 2014. Dois anos depois, o ex-jogador chegou a ser pré-candidato à prefeitura do Rio, mas desistiu e decidiu apoiar seu colega Marcelo Crivella. Já em 2018, ele se candidatou ao governo do Rio de Janeiro, mas obteve apenas 664.511 votos (8,70% dos válidos), ficando de fora do segundo turno. Durante sua carreira política, o atacante com passagens por Vasco, Flamengo e Fluminense foi filiado ao PP (2001 a 2009), PSB (2009 a 2017) e Podemos (2017 a 2021). Desde o ano passado, Romário faz parte do Partido Liberal (PL), o mesmo que abrigou Jair Bolsonaro.
Bebeto
Dupla de Romário na campanha do tetra, Bebeto tem uma carreira menos expressiva também fora das quatro linhas. Após se eleger deputado estadual pelo Rio de Janeiro duas vezes, o ex-atacante tenta uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos.
Joel Santana
Ainda no Estado do Rio de Janeiro e no meio do futebol, Joel Santana é outro que busca uma vaga de deputado federal. Sem treinar um time profissional desde 2017, quando saiu do Black Gold Oil (EUA), o “Papai Joel” se candidatará pela primeira vez. “Eu vejo tantas coisas erradas… Eu não admito que as pessoas pisem nas outras. Eu falo pelo Rio de Janeiro, mas em São Paulo está assim e nos outros Estados também. Imagine o que esse povo está passando. A gente inventa desculpas, fala em pandemia, preço do petróleo, mas não tem desculpa. Nós somos um país que tem comida. Não pode ir no Amazonas e querer tirar a terra dos indígenas! Que p**** é essa? Eu não quero ser o salvador da pátria, mas quero levar minha filosofia. Você não pode roubar uma terra que foi conquistada com luta! O nordestino não pode ficar sem água! Aqui, não falta comida. É só querer trabalhar!”, disse o técnico, filiado ao Pros, em entrevista ao “Flow Sport Club”.
Gilson Kleina
Demitido pela Chapecoense no início de setembro, Gilson Kleina surpreendeu ao anunciar que virou candidato a deputado federal no Paraná pelo Partido Progressistas (PP). Experiente, o treinador acumula trabalhos em grandes times do país, como Palmeiras, Bahia, Coritiba e Goiás, por exemplo.
Marcos Braz
Vice-presidente do Flamengo, Marcos Braz é outro nome ligado ao futebol que será candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente, o dirigente do Rubro-Negro é vereador da cidade do Rio pelo PL, mesma sigla do presidente Jair Bolsonaro – em 2020, o cartola foi eleito com 40.938 votos. Apadrinhado pelo senador Romário, o cartola é um dos responsáveis por intermediar as conversas com o governo federal para a construção de um novo estádio para o time carioca, que seria localizado na capital fluminense, perto do antigo Gasômetro.
Maurício Souza
Campeão olímpico com a seleção brasileira de vôlei, Maurício Souza deixou as quadras para se aventurar no mundo da política após uma grande polêmica. Ainda no final do ano passado, o atleta criticou a DC Comics por retratar o novo Super-Homem como bissexual, detonou a TV Globo por introduzir linguagem neutra em novela e fez comentários irônicos sobre atletas transexuais. Acusado de ser homofóbico, o central acabou sendo desligado do Minas Tênis Clube após a repercussão negativa e a pressão de alguns patrocinadores. Filiado ao Partido Liberal (PL) e candidato a deputado federal por Minas Gerais, ele disse, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, que deseja entrar no Congresso para livrar o presidente Jair Bolsonaro de “abutres”.
Wanderlei Silva
Ex-lutador de MMA e de carreira respeitosa no UFC, Wanderlei Silva é mais um que tenta fazer parte do Congresso Nacional a partir de 2023. Apoiador de Jair Bolsonaro, o curitibano se filiou ao Progressistas (PP) para almejar uma cadeira de deputado federal pelo Paraná. Nas redes sociais, o “Cachorro Louco” usa como principais bandeiras o apoio ao esporte e a luta por uma melhoria na segurança pública.
Vanderlei Cordeiro de Lima
Vanderlei Cordeiro de Lima possui uma das melhores histórias de superação na história dos Jogos Olímpicos. Na Atenas-2004, o maratonista liderava a mais tradicional prova das Olimpíadas até ser atacado pelo ex-padre irlandês Neil Horan. Apesar de perder o ritmo e ficar sem o título, o paranaense ficou com a medalha de bronze. Nestas eleições, o ex-atleta tentará o cargo de deputado estadual pelo Paraná, seu estado natal. Ele é filiado ao Progressistas.
João Derly
Bicampeão mundial de judô na categoria meio-leve, João Derly foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul com 106.991 votos, em 2014. Participando de um momento importante na política do país, como nas votações para impeachment de Dilma Rousseff e na aprovação da Reforma Trabalhista, o gaúcho tentou a reeleição, mas acabou fracassando. Em 2020, também tentou o cargo de prefeito de Porto Alegre, mas não emplacou. Agora, ele tenta voltar ao cargo de deputado federal.