Ufal vai fazer levantamento das transferências ex officio do curso de Medicina em Arapiraca

MPF/AL

A reitora da Ufal em exercício, Eliane Cavalcanti, se reuniu na tarde da última terça-feira (13) com o procurador da República Bruno Lamenha, do Ministério Público Federal para tratar sobre a transferência de estudantes oriundos de cursos de Medicina em instituições particulares da capital para a graduação do mesmo curso no Campus Arapiraca.

O MPF foi recebido para esclarecer uma demanda que tem chegado ao órgão como questionamento e por isso, o procurador precisou se inteirar dos fatos. De acordo com a professora Eliane, desde a implantação do curso no Agreste os pedidos de transferência de alunos matriculados em faculdades particulares chegam constantemente por via judicial a partir do critério ex officio.

Isso tem acontecido com servidores públicos militares e civis. Os pedidos são formalizados da seguinte forma: “O estudante (servidor] está em Maceió, se matricula numa faculdade particular, cursa um ou dois períodos e depois entra com um processo para que a Universidade absorva o aluno, uma vez que ele foi transferido ex offício para Arapiraca.

Como em Arapiraca só existe a nossa universidade com curso de Medicina, a gente precisa integrar o aluno no quadro de discentes”, explica Eliane.

Professores, alunos e técnicos apontam que a grande demanda de estudantes excedentes, integrados judicialmente, está impactando no aproveitamento da graduação. De acordo com a coordenadora Francine Mendonça essa situação causa prejuízos na qualidade da formação dos estudantes.

“O curso foi estruturado em metodologias ativas em que a turma de 30 alunos é subdividida em turmas de 10 alunos para as tutorias em salas preparadas para essa quantidade ou em salas para 15 alunos em eventos ou outras atividades. Nós temos  professores em número   suficiente para 30 alunos em duas entradas,  mas imagine uma turma com 40 alunos? Estamos contando com professores voluntários para fecharmos a conta para 30 alunos , nesta situação as turmas estão sendo divididas com maior número.

Temos uma turma com 40 alunos, outra com 38, a P1 [turma do 1º período] já tem 34 e com previsão de chegar mais cinco”, explicou Francine e acrescentou: “Além disso, existem os cenários de práticas que não suportam esta quantidade de alunos.  O resultado do contexto recai sobre a qualidade da formação dos nossos alunos. Não temos cenários de prática suficientes, nem professores, nem estrutura física”.

A transferência ex officio é aquela que, independente da existência de vaga, é destinada a servidor público federal, civil ou militar, ou a seus dependentes, que tenha sido transferido por necessidade de serviço e seja proveniente de instituições de ensino superior públicas.

Quando o processo chega na Ufal já é para ser cumprido.

Depois da reunião, que também contou com a participação do pró-reitor de graduação Amauri Barros, do diretor-geral do Campus Arapiraca, Arnaldo Tenório, e do diretor Acadêmico Elthon Oliveira, alguns encaminhamentos serão feitos.

“O Campus Arapiraca vai realizar levantamento sobre todas as transferências que vem ocorrendo desde a implantação do curso e um relatório técnico de viabilidade do número de alunos nas turmas, uma vez que está excedendo o previsto no Projeto Pedagógico”, adiantou Eliane.

Após essa etapa, o procurador Bruno Lamenha vai se reunir novamente com a Universidade para dar um posicionamento.

Fonte: Ufal

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