Nessa semana, o atacante equatoriano Kevin Mina virou notícia mundial após prometer cortar o pênis caso o Real Santa Cruz, time dele, não consiga escapar do rebaixamento para a segunda divisão boliviana.
Promessas no mundo do futebol sempre existiram. Uma das mais famosos aqui no Brasil aconteceu em 1996. Renato Gaúcho, recém aposentado dos gramados, assumiu a função de técnico para tentar livrar o Fluminense no Brasileirão daquele ano.
O atual técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, prometeu trocar de nome e caminhar nu pela praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, caso o Flu fosse rebaixado. Ele duvidava da queda do time, assim como Mina.
Dentro de campo, o Tricolor carioca foi rebaixado e Renato Gaúcho não trocou de nome e nem caminhou nu na praia de Ipanema, como havia prometido.
‘Virada de Mesa’ que envolveu o Athletico
Em 24 de novembro de 1996, o Fluminense entrou em campo no estádio Engenheiro Araripe, no Espírito Santo, diante do Vitória. A necessidade de um triunfo era clara: o clube era o penúltimo entre os 24 colocados com apenas 19 pontos na tabela. Bahia e Criciúma, ambos com 20 pontos, jogariam a última rodada fora de casa diante de Flamengo e Ahtletico, respectivamente.
O time tricolor contava com Renato Gaúcho no comando. Lesionado, sem jogar por quatro meses, o ídolo assumiu o time no dia 7 de setembro, logo depois que Jorge Vieira pediu demissão após a derrota de 5 a 1 para o Palmeiras. Mas teve pouco efeito. Na última rodada, o a equipe até venceu o Vitória por 3 a 1, gols de Paulo Roberto, Leonardo um tento contra de Agnaldo Liz. Mas não deu.
Nos outros jogos, o Bahia venceu o Flamengo por 1 a 0, em São Januário. Já o Criciúma bateu o Atlético-PR por 2 a 1, em Curitiba. Em meio à revolta e acusação de entrega dos rivais, o Fluminense, com 22 pontos em 23 jogos, terminou na penúltima posição do Campeonato Brasileiro de 1996 e acabou rebaixado.
Com o rebaixamento em 1996 a ida para o Fluminense era dada como certa. Era. Em1997, após surgir o caso Ivens Mendes, presidente da comissão de arbitragem da CBF, e que teria negociado resultados de partidas com os presidentes de Corinthians e Athletico, Mário Celso Petraglia, a CBF decidiu cancelar o rebaixamento de 1996.
A ‘virada de mesa’ do futebol brasileiro teve, então, a sua cena mais emblemática, com o estouro de uma garrafa de champanhe do então presidente do Fluminense, Álvaro Barcellos. Mas a festa durou pouco.
No Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão daquele ano o Fluminense acabou repetindo o vexame da temporada anterior. Em meio a grande desorganização, o time foi desabando na tabela e colecionando fracassos.
No dia 3 de novembro de 1997, o FLuminense em patou com o Juventude por 1 a 1 fora de casa. O resutaldo praticamente sepultou as chances de permanência na Série A. Com apenas 22 pontos, a equipe do técnico Arturzinho teve de torcer contra os rivais para não chegar à última rodada, diante do Grêmio, já rebaixado. Mas não houve jeito.
Três dias depois, o segundo rebaixamento foi sacramentado. O Corinthians, ainda ameaçado, venceu o Flamengo por 1 a 0, enquanto o Guarani, também por 1 a0, bateu o União São João. Pelo segundo ano consecutivo, o Fluminense estava rebaixado.